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Pela proteção dos chineses: Snowden quer que Google fique longe da China

Snowden e organizações em prol dos direitos humanos assinaram uma carta conjunta Imagem: Getty Images

Gerrit De Vynck

11/12/2018 13h23

Na véspera do depoimento do CEO do Google, Sundar Pichai, no Congresso dos EUA, uma coalizão de grupos defensores dos direitos humanos e ativistas, que inclui o ex-prestador de serviço da Agência Nacional de Segurança Edward Snowden, exigiu mais detalhes sobre os potenciais planos da gigante das buscas para estabelecer seus negócios na China.

A Anistia Internacional, a Human Rights Watch e o Comitê para a Proteção dos Jornalistas estão entre as organizações e os indivíduos que assinaram a carta, que pede que o Google prometa não criar um mecanismo de busca para a China que contribua para a censura e a repressão política no país.

"Facilitar o acesso das autoridades chinesas a dados pessoais, conforme descrito em reportagens da imprensa, seria particularmente imprudente", escreveram os autores na carta. "Existe um risco real de que o Google ajude diretamente o governo chinês a deter ou prender pessoas simplesmente por expressarem suas opiniões na internet, e a empresa se tornaria cúmplice em violações dos direitos humanos."

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Entenda
Os ativistas também divulgaram uma carta que obtiveram do vice-presidente sênior de assuntos globais do Google, Kent Walker, em resposta a um conjunto anterior de protestos e declarações da Anistia Internacional e de outros em outubro.

Walker menciona os objetivos do Google de conectar pessoas em mercados emergentes à internet e repete declarações feitas por Pichai de que o projeto Dragonfly, como o mecanismo de busca era conhecido internamente, não estava perto de ser lançado formalmente. Ele não assume nenhum compromisso com a censura e diz que a empresa avaliará todo o feedback cuidadosamente antes de tomar uma decisão final.

O Dragonfly causou um alvoroço dentro e fora do Google, e muitos funcionários expressaram preocupação com a possibilidade de a empresa trabalhar com o governo chinês depois de ter saído do país em 2010 justamente porque as autoridades chinesas pressionavam o Google a ajudá-las a monitorar seus cidadãos.

Essa discussão culminará nesta terça-feira, quando Pichai responder a perguntas em um comitê de legisladores dos EUA. Alguns já questionaram por que o Google está considerando um mecanismo de busca na China enquanto se afasta de parte de seu trabalho com os militares dos EUA.

"Esperamos que as pessoas no Capitólio façam algumas perguntas difíceis ao Google", disse Cynthia Wong, pesquisadora sênior da Human Rights Watch.

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