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Spotify anuncia demissão de 6% dos funcionários, equivalente a 600 empregos

Daniel Ek, CEO do Spotify, em conferência em Nova York em 2015; empresa anunciou nesta segunda a demissão de funcionários - Don Emmert/AFP
Daniel Ek, CEO do Spotify, em conferência em Nova York em 2015; empresa anunciou nesta segunda a demissão de funcionários Imagem: Don Emmert/AFP

23/01/2023 14h24

O Spotify, líder mundial das plataformas de áudio, anunciou nesta segunda-feira (23) que cortará 6% de sua força de trabalho, ou seja, cerca de 600 empregos, após uma onda de demissões entre os gigantes da tecnologia.

Este é o maior corte de pessoal da história desta empresa sueca, fundada em Estocolmo, em 2006. A plataforma tem hoje mais de 500 milhões de assinantes.

"Olhando em retrospecto, tenho sido muito ambicioso investindo mais rápido do que o crescimento do nosso volume de negócios", disse o CEO e cofundador da empresa sueca, Daniel Ek, em mensagem online aos funcionários.

"Por isso, reduzimos nosso quadro de funcionários em cerca de 6% em todo o grupo", explica o diretor do grupo, listado na Bolsa de Valores de Nova York.

O Spotify é cotado na Bolsa de Valores de Nova York e, em sua abertura na segunda-feira, as ações subiram 4,6%, para US$ 97,91.

"Nas próximas horas, serão realizadas entrevistas individuais com os funcionários afetados", acrescentou Ek.

Embora o Spotify tenha sido ocasionalmente lucrativo, a empresa vem registrando prejuízos há vários anos, apesar do crescimento vertiginoso de seu número de assinantes e da vantagem que ganha sobre seus concorrentes, como a Apple Music.

A empresa vai publicar seus resultados anuais em 31 de janeiro.

Inviável

"Como sabem, nos últimos meses fizemos um esforço considerável para reduzir nossos custos, mas isso simplesmente não foi suficiente", justificou Ek.

Com um faturamento anual que atingiu US$ 10,4 bilhões em 2021, o empresário avaliou que os investimentos do Spotify cresceram duas vezes mais rápido que sua receita no ano passado.

"A longo prazo seria inviável em qualquer contexto, mas em um ambiente difícil a nível macroeconômico, será ainda mais difícil tapar o buraco", advertiu.

Nos últimos anos, a empresa investiu mais de US$ 1 bilhão em podcasts, ramo em que se tornou líder mundial, mas os resultados da iniciativa ainda são desconhecidos, segundo analistas.

A aposta nesse formato de áudio também lhe rendeu polêmicas, como quando o comediante americano Joe Rogan foi acusado de espalhar notícias falsas em seus programas.

No final de setembro, a plataforma contava com cerca de 456 milhões de assinantes, dos quais 195 milhões pagam pelo serviço. O grupo espera ter um bilhão de usuários até 2030.

O anúncio do Spotify, que divulgará seus resultados anuais em 31 de janeiro, segue uma série de planos de demissões anunciados por grandes grupos de tecnologia nas últimas semanas.

Após demissões na Amazon, Meta e Microsoft, a Google anunciou neste sábado que cortará 12 mil empregos em todo o mundo, ou seja, pouco mais de 6% de sua força de trabalho. Na quarta-feira, a Microsoft anunciou que haveria 10.000 demissões até abril.

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© Agence France-Presse