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Rússia age contra Facebook e Instagram por permitir mensagens contra russos

A Procuradoria russa pediu que o comitê classificasse a gigante da internet como uma organização "extremista" e bloqueasse o acesso ao Instagram no país - Jannoon / Freepik
A Procuradoria russa pediu que o comitê classificasse a gigante da internet como uma organização 'extremista' e bloqueasse o acesso ao Instagram no país Imagem: Jannoon / Freepik

Da AFP

11/03/2022 11h19

A Rússia anunciou nesta sexta-feira (11) que tomará medidas legais contra a Meta, empresa matriz do Facebook e Instagram, por flexibilizar suas regras sobre mensagens violentas direcionadas a militares e líderes russos.

O poderoso Comitê de Investigação da Rússia iniciou suas investigações "devido aos pedidos ilegais de assassinato de russos por colaboradores da sociedade Meta americana".

A Procuradoria russa pediu que o comitê classificasse a gigante da internet como uma organização "extremista" e bloqueasse o acesso ao Instagram no país. O Facebook não pode mais ser acessado praticamente desde 4 de março.

O comitê se concentra especialmente em Andy Stone, chefe de comunicação da Meta, que anunciou na quinta-feira uma mudança nas regras de publicação do Facebook e do Instagram.

O Instagram é muito popular entre os jovens russos e também é uma ferramenta de vendas online crucial para pequenas e médias empresas russas, bem como artistas e criadores.

O alto comissário para os direitos humanos expressou preocupação nesta sexta-feira com o anúncio da Meta de abrir exceções às suas regras em relação a mensagens hostis aos militares e ao governo russos.

"É claramente uma questão muito, muito complexa que levanta questões de direitos humanos e leis humanas internacionais", disse Elizabeth Throssel, porta-voz da agência.

Entenda o que rolou

A Reuters disse ter obtido acesso a emails internos da Meta anunciando mudanças de políticas, que a partir de agora permitirão temporariamente postagens incitando violência contra soldados russos, pedindo a morte do presidente da Rússia, Vladimir Putin, e clamando pela morte do presidente de Belarus, Alexander Lukashenko. O aval é para publicações sendo feitas com localização da Rússia, Ucrânia e Polônia.

"Como resultado da invasão russa na Ucrânia, fizemos provisões temporárias para formas de expressão política que normalmente violariam nossas regras com discursos violentos como 'morte para os invasores russos'. Ainda não permitiremos apelos confiáveis à violência contra civis russos", disse um porta-voz da Meta em declaração à Reuters.

Os posts pedindo a morte dos presidentes da Rússia e Belarus serão autorizados pela Meta desde que eles não contenham os chamados "indicadores de credibilidade", como localização dos alvos e método a ser utilizado.

Na semana passada, a Rússia disse que iria proibir o Facebook e o Twitter no país. Outras formas de mídia, como os jornais BBC, The New York Times e CNN, fecharam seus serviços na Rússia por enquanto, após o anúncio da adoção de uma lei no país que permite penas de prisão por divulgação de "informações enganosas sobre os militares".