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Ataque hacker contra Cruz Vermelha expõe dados de mais de 500 mil vulneráveis

Foto de 2013 mostra membros da Cruz Vermelha em distribuição de alimentos em Moore, nos EUA, após passagem de tornado - Ed Zurga/Efe
Foto de 2013 mostra membros da Cruz Vermelha em distribuição de alimentos em Moore, nos EUA, após passagem de tornado Imagem: Ed Zurga/Efe

Em Genebra

20/01/2022 09h57

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) informou nesta quarta-feira (19) que foi vítima de um ataque cibernético de grande escala no qual hackers apreenderam os dados de mais de 515 mil pessoas extremamente vulneráveis.

"Esse ataque cibernético coloca pessoas vulneráveis, aquelas que já precisam de serviços humanitários, em maior risco", declarou o diretor-geral do CICV, Robert Mardini, em comunicado.

A organização com sede em Genebra não tem informações sobre os autores do ataque, que teve como alvo uma empresa prestadora de serviço com a qual o CICV tem contratos para armazenar dados.

"Embora não saibamos quem é o responsável por este ataque, ou por que eles o realizaram, temos que fazer este apelo a eles. Suas ações podem causar mais danos e dor àqueles que já sofreram sofrimento incalculável", afirmou Mardini. "Não compartilhe, não venda, não divulgue e não use esses dados de forma alguma", acrescentou.

De acordo com o CICV, ainda não há indicação de que as informações tenham sido divulgadas ou compartilhadas publicamente.

O ataque cibernético "colocou em risco os dados pessoais e informações confidenciais de mais de 515.000 pessoas extremamente vulneráveis, incluindo pessoas separadas de suas famílias como resultado de conflitos, migração e desastres, pessoas desaparecidas e suas famílias e pessoas detidas", explicou o comunicado.

Os dados vêm de pelo menos 60 sociedades nacionais da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho em todo o mundo.

Durante conflitos e catástrofes, as famílias podem perder o rastro de um ente querido. O CICV e as sociedades nacionais da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho trabalham para descobrir o paradeiro das pessoas desaparecidas, trocar mensagens e reunir famílias.

"A cada dia, o Movimento da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho ajuda a reunir uma média de 12 pessoas desaparecidas com suas famílias. Ataques cibernéticos como esse colocam em risco esse trabalho vital", concluiu Mardini.

O CICV disse que está trabalhando com seus parceiros humanitários em todo o mundo para entender o alcance do ataque e tomar as medidas apropriadas para proteger seus dados no futuro.