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Programa espião Pegasus infectou celulares de 5 ministros na França

Ao fundo, prédio que abriga o grupo israelense NSO, dono do sistema Pegasus, em Herzliya, perto de Tel Aviv - Jack Guez/AFP
Ao fundo, prédio que abriga o grupo israelense NSO, dono do sistema Pegasus, em Herzliya, perto de Tel Aviv Imagem: Jack Guez/AFP

Paris

24/09/2021 11h48

O programa de espionagem Pegasus infectou os telefones celulares de pelo menos cinco ministros e um diplomata da presidência francesa — disseram nesta sexta-feira (24) à AFP duas fontes ligadas ao caso, confirmando informação divulgada pelo site Mediapart.

Os serviços de segurança franceses encontraram nos celulares vestígios deste programa desenvolvido pela empresa israelense NSO. Os aparelhos teriam sido infectados em 2019 e 2020, segundo o Mediapart.

Foram invadidos os telefones dos ministros da Educação, Agricultura, Habitação, Ultramar e Coesão Territorial. O diplomata afetado trabalha com o presidente Emmanuel Macron em assuntos internacionais.

Nenhuma fonte oficial procurada pela AFP confirmou a informação, mas duas fontes próximas ao caso, que pediram para não serem identificadas, corroboraram sua veracidade.

"Meu número de telefone foi um dos examinados pela Agência Nacional de Segurança dos Sistemas de Informação", disse a ministra da Habitação, Emmanuelle Wargon, ao jornal L'Opinion.

Embora a ministra tenha dito que não podia confirmar a informação até o momento, porque ainda não havia recebido o resultado do teste, contou que trocou de aparelho.

Uma série investigativa publicada desde julho por um consórcio de 17 veículos de comunicação internacionais revelou o uso do Pegasus para espionar jornalistas, políticos, ativistas de direitos humanos, ou empresários, em vários países.

Como resultado desta investigação baseada em uma lista de 50.000 celulares obtida pela organização Forbidden Stories e pela Anistia Internacional, várias pessoas na França denunciaram terem sido espionadas por este programa.

O governo do Marrocos foi acusado de recorrer a este "spyware". Rabat rejeitou estas "acusações falsas e sem fundamento" e iniciou processos judiciais na França, na Espanha e na Alemanha.