Uso de tecnologia para pessoas com deficiência deve dobrar em dez anos
As inovações destinadas a atenuar situações de deficiência relacionadas a limitações motoras, visuais e outras tiveram um "aumento significativo" e são cada vez mais aplicadas nos artigos de consumo - destacou a ONU nesta terça-feira (23).
Segundo um relatório sobre as tendências tecnológicas da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI) - uma agência da ONU -, "mais de 1 bilhão de pessoas precisam atualmente de tecnologia assistiva", um número que vai dobrar na próxima década, à medida que a população envelhece.
Apenas uma em cada dez pessoas no mundo tem, no entanto, acesso aos produtos de apoio que precisa.
Para responder a esta demanda, as inovações em tecnologias assistivas vivenciaram um verdadeiro auge, com um crescimento de dois dígitos nos últimos anos, segundo o relatório.
Enquanto isso, a convergência entre produtos eletrônicos de consumo e produtos de apoio leva a uma comercialização ainda maior dessas tecnologias, informa a OMPI em um comunicado.
"As pessoas com deficiência se apoiam há muito tempo nas novas tecnologias para ganhar independência e interagir melhor com seu entorno", destacou no relatório o diretor-geral da OMPI, o singapurense Daren Tang.
Casas e óculos inteligentes
O relatório identifica mais de 130 mil patentes relacionadas a tecnologias assistivas convencionais e emergentes publicadas entre 1998 e meados de 2020, com 15.592 pedidos apresentados nesse período, como "assistentes robóticos, aplicativos domésticos inteligentes, tecnologias disponíveis para pessoas com deficiência visual e óculos inteligentes".
A apresentação de pedidos no campo da tecnologia assistiva emergente aumentou três vezes mais rápido (com um índice médio anual de 17% durante o período 2013-2017) do que o da "tecnologia assistiva convencional", que traz melhorias para os produtos já bem estabelecidos no mercado, como assentos para cadeiras de rodas ou rodas ajustadas para diferentes espaços, alarmes e dispositivos em braille.
O relatório revela que China, Estados Unidos, Alemanha, Japão e Coreia do Sul são os cinco países que geram mais inovação no setor das tecnologias assistivas.
Universidades e organizações públicas de pesquisa ocupam um lugar de destaque no acervo de dados sobre essas tecnologias emergentes, diz o texto.
No entanto, é o setor privado que está "à frente" do desenvolvimento da tecnologia assistiva, por exemplo, com empresas especializadas no assunto, como WS Audiology, Cochlear, Sonova, Second Sight e Össur.
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