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Kerry promete agenda climática com objetivos mais ambiciosos

24/11/2020 18h52

Wilmington, Estados Unidos, 24 Nov 2020 (AFP) - O futuro representante especial dos Estados Unidos para o clima, John Kerry, pediu nesta terça-feira (24) que os objetivos sejam mais ambiciosos na conferência da ONU que será celebrada no ano que vem em Glasgow (Escócia), advertindo que o Acordo de Paris que ele ajudou a negociar "não é suficiente".

O fato de o presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, ter criado este cargo para Kerry é um indicador da importância que ele dará ao tema quando iniciar seu governo em 20 de janeiro.

"Para acabar com esta crise, todo mundo deve se unir", disse Kerry em uma cerimônia de apresentação dos primeiros membros do gabinete do novo governo democrata em Wilmington, Delaware (leste dos EUA).

Em um reconhecimento ao trabalho do governo de Barack Obama com Biden como vice, Kerry enalteceu a negociação que levou ao Acordo do Clima de Paris para limitar o aquecimento global.

"Você esteve do lado certo ao se unir a Paris em seu momento, agora continua no lado certo ao reconhecer que Paris por si só não é suficiente", declarou o ex-chefe da diplomacia americana.

O presidente em fim de mandato, o republicano Donald Trump, cujo governo é muito próximo da indústria dos combustíveis fósseis, considerou que o acordo de Paris era "injusto" e sob seu mandato, os Estados Unidos se tornaram o único país a deixar o pacto.

Biden disse que no mês que vem vai nomear um funcionário na Casa Branca para coordenar as medidas climáticas nos Estados Unidos, onde as emissões de carbono registraram uma leve queda devido a uma combinação de fatores e de iniciativas em nível local e em diferentes estados.

"Não subestimo nem por um minuto as dificuldades na hora de cumprir meus audaciosos compromissos na luta contra as mudanças climáticas. Mas ao mesmo tempo, ninguém deveria subestimar, nem por um minuto, minha determinação", afirmou Biden.

O Acordo de Paris, de 2015, compromete os países signatários a limitar o aquecimento global a dois graus Celsius com relação a níveis prévios à era industrial e os incentiva a reduzir esta meta a 1,5ºC, reduzindo suas emissões de carbono.

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