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GPS e orientação sexual: Tinder e Grindr são acusados de vender seus dados

Tinder - oatawa/iStock
Tinder Imagem: oatawa/iStock

De Oslo

14/01/2020 15h06

Sem tempo, irmão

  • Apps de relacionamentos, como Tinder e Grindr, foram acusados de vender informações de usuários
  • O Conselho de Consumidores da Noruega condenou os apps após fazer a decoberta
  • "É uma violação descarada dos direitos europeus de privacidade dos usuários", lamentou

Os aplicativos de relacionamento Tinder e Grindr vendem dados pessoais de seus usuários a empresas terceirizadas, incluindo sua orientação sexual no caso do Grindr, em violação à normativa europeia, denunciou nesta terça-feira um organismo norueguês.

O Conselho de Consumidores da Noruega assegurou que o Grindr, destinado especificamente ao público LGBTQ+, compartilha dados de GPS, direção IP, idade e sexo de seus usuários com múltiplas empresas para melhorar a eficiência dos anúncios publicitários.

Ao compartilhar esses dados, se pode deduzir a orientação sexual dos usuários, acrescentou.

Segundo o relatório "Out of Control" ("Fora de Controle", em tradução livre), escrito pelo Conselho de Consumidores norueguês sobre coleta e uso de dados pessoais por parte de dez aplicativos, "a indústria publicitária está infringindo sistematicamente a lei".

"Cada vez que você abre um app como Grindr, as empresas publicitárias sabem sua localização GPS, os identificadores utilizados para iniciar sessão no dispositivo e até se você usa um aplicativo de relacionamento gay", denunciou o ativista austríaco Max Schrems.

"É uma violação descarada dos direitos europeus de privacidade dos usuários", lamentou o Conselho de Consumidores, um organismo independente que se beneficia de fundos públicos.

O relatório também envolve o Tinder, acusado de compartilhar dados de seus usuários com pelo menos 45 empresas de seu proprietário, o Grupo Match. Segundo o Conselho de Consumidores norueguês, essas práticas podem levar a casos de discriminação, manipulação ou exploração.

O Grindr, controlado pela empresa chinesa Beijing Kunlun, foi procurado pela AFP, mas não quis comentar a denúncia.