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Países ricos devem pagar por danos climáticos, dizem ONGs

20.set.2019 - Estudantes fazem passeata contra mudanças climáticas em Berlim, na Alemanha - Hannibal Hanschke/Reuters
20.set.2019 - Estudantes fazem passeata contra mudanças climáticas em Berlim, na Alemanha Imagem: Hannibal Hanschke/Reuters

29/11/2019 20h56

Paris, 29 Nov 2019 (AFP) — As negociações sobre o clima que começarão na próxima semana em Madri devem priorizar o financiamento para os países que já lidam com os custos da seca, inundações e tempestades agravadas pelo aumento das temperaturas, disseram mais de 150 grupos ambientalistas nesta sexta.

Em uma carta aberta à presidente da COP 25, a ministra do Meio Ambiente do Chile, Carolina Schmidt, as organizações pediram um acordo sobre "a criação de um mecanismo abrangente de financiamento, incluindo redução da dívida, para os países em desenvolvimento que sofrem esses desastres".

Eles disseram que o dinheiro deveria vir de países ricos — historicamente os maiores responsáveis pelas emissões de carbono que causam o aquecimento do planeta — na forma de impostos sobre transações financeiras, viagens aéreas internacionais e combustíveis fósseis.

A conferência de Madri deve ser dominada por discussões sobre os financiamentos de prejuízos, com uma forte divisão entre os países em desenvolvimento e os poluidores mais ricos sobre a forma como as finanças devem ser estruturadas.

Grupos ambientalistas disseram nesta semana que o aumento do ritmo e da intensidade de desastres climáticos, como os ciclones que devastaram partes de Moçambique este ano, significa que o financiamento precisa aumentar para acompanhá-lo.

Eles disseram que o montante necessário para perdas e danos chegaria a US $ 300 bilhões anualmente até 2030.

"Sem financiamento para ajudar os países a lidar com as perdas e danos causados pelo clima, as partes mais vulneráveis do mundo mergulharão mais em dívidas e pobreza toda vez que forem atingidas por desastres climáticos que não causaram", afirmou a carta.