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Pentágono, Obama, Olimpíadas e eleições: os ataques hackers mais ousados

Alguns crimes cibernéticos são marcados pela ousadia de hackers - iStock
Alguns crimes cibernéticos são marcados pela ousadia de hackers Imagem: iStock

Do UOL, em São Paulo

03/10/2018 04h00

Estar conectado é estar sujeito a ataques virtuais. E isso vale para todos: entidades poderosas, como Pentágono, o ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama, atores famosos ou você. É isso que mostra o livro "100 fatos marcantes sobre o cibercrime no mundo", do perito judicial e especialista em crimes virtuais Wanderson Castilho.

Mas alguns ataques foram tão ousados que são dignos de nota --embora você dificilmente se lembre ou saiba que eles ocorreram.

A pedido do UOL Tecnologia, Castilho listou dez dos casos mais impressionates analisados no livro.

Crimes virtuais que chocaram

  • Roubo de projeto do Pentágono

    Em 2013, o Pentágono sofreu uma série de ataques hackers contra sistemas ultrassecretos e acusou a China de ter invadido os sistemas do projeto dos aviões de caça F-35, que fazia parte do programa armamentista mais caro da história dos EUA e que tinha investimento de US$ 300 bilhões.

  • Invasão do email de Obama

    Em 2015, o jornal norte-americana New York Times divulgou que o email do então presidente norte-americano Barack Obama havia sido invadido por hackers no ano anterior. A conta hackeada não continha mensagens confidenciais, mas o fato preocupou a Casa Branca, já que outros sistemas estariam ameaçados por criminosos. Os EUA culparam hackers russos pelo ataque.

  • Vazamento de dados olímpicos

    Pouco depois da Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro, a Agência Mundial Antidoping afirmou que teve seu sistema invadido por um grupo de hackers russos. Os criminosos tiveram acesso a uma base de dados que continha resultados de testes dos atletas e outras informações médicas confidenciais --dados sobre a ginasta Simone Biles e as tenistas Serena e Venus Williams chegaram a vazar. A invasão aconteceu por meio de táticas de phishing --quando a pessoa clica em links maliciosos disfarçados de falsas promessas, cobranças ou supostos prêmios.

  • Represália a filme da Sony

    Em 2014, depois de satirizar o líder norte-coreano Kim Jong-un no filme "A Entrevista", a Sony Pictures sofreu uma ação hacker que chegou a divulgar roteiros de produções, trocas de emails e até salários de executivos. O caso fez o estúdio cancelar o lançamento do filme nas salas de cinema e o conteúdo de "A Entrevista" acabou sendo disponibilizado apenas na internet. Estima-se que o prejuízo da Sony tenha sido de US$ 200 milhões. O governo norte-americano acusa hackers norte-coreanos pelo ataque.

  • Sequestro de dados via Windows

    Em 2017, houve um dos maiores ataques cibernéticos de todos os tempos. Os ransomwares WannaCry e NotPetya se espalharam rapidamente, aproveitando uma brecha de sistemas Windows desatualizados, e sequestraram computadores. Os criminosos pediam resgate em bitcoins para devolver acesso aos dados. Em apenas quatro dias, o WannaCry provocou prejuízos superiores à casa dos bilhões de dólares e afetou desde usuários comuns até empresas, hospitais públicos, bancos e operadoras.

  • Clientes de banco expostos

    Em 2011, um ataque atingiu o grupo Citi e divulgou os dados de 360 mil pessoas (nome, número de contas e informações de contato) -- o banco, que emitiu novos cartões para 217 mil clientes, alega que os dados mais utilizados para cometer fraudes não foram invadidos.

  • Boato faz ações caírem

    Em 2000, a Emulex, uma empresa de telecomunicações dos Estados Unidos, foi vítima de Mark Jacob, à época com 23 anos. O jovem tinha perdido US$ 100 mil após uma aposta errada em ações da empresa e, para se vingar, enviou informações falsas para a agência de releases Internet Wire, onde havia trabalhado. As informações foram distribuídas para outros sites e as ações da Emulex tiveram enorme queda, fazendo Jacob lucrar US$ 240 mil. Ele foi descoberto e preso.

  • Hacker ajuda candidato nos EUA

    Pré-candidato do Partido Democrata às eleições dos EUA de 2004, Dennis Kucinich tinha tudo para fracassar, mas virou celebridade do dia para a noite. Isto porque um hacker invadiu o site da CBS News e substituiu a página principal por um logo da campanha, que direcionava o usuário a um vídeo do candidato. Kucinich negou ter relação com o caso e não cresceu muito nas pesquisas depois disso. Até hoje os responsáveis pela ação não foram identificados.

  • Vingança pornô direto da cadeia

    No Brasil, um esquema comandado da cadeia ganhou repercussão em 2016. José Miranda dos Santos, condenado a 76 anos de prisão por estupro, homicídio e tráfico de drogas, mantinha um perfil falso no Facebook para aplicar golpes. Ele simulava ser um médico de Brasília para manter relações com as vítimas, que acabavam enviando conteúdos íntimos. Com o material em mãos, o criminoso extorquia as mulheres. A Polícia Civil do Amapá, que investigou o esquema em 2017, estima que mais de 300 mulheres foram chantageadas por ele e outros três presos.