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5G: o que é? Qual a velocidade e que celulares possuem? Saiba tudo

Tecnologia 5G: saiba o que é, quais celulares têm, velocidade e mais - Admc/Pixabay
Tecnologia 5G: saiba o que é, quais celulares têm, velocidade e mais Imagem: Admc/Pixabay

Felipe Oliveira e Rosália Vasconcelos

Colaboração para Tilt, de São Paulo e do Recife

06/07/2022 04h00

O 5G é a evolução natural das gerações anteriores de telefonia, o 3G e o 4G. Ele oferece mais velocidade de conexão à internet no celular e outras aplicações que podem revolucionar a sociedade a curto e médio prazo, como objetos inteligentes conectados e cidades inteligentes.

Mas que diferença ele faz na nossa vida? Todos os aparelhos celulares já são compatíveis? Quando sua versão completa funcionará no Brasil? Veja as respostas abaixo.

O que é 5G?

A tecnologia 5G é a nova geração de rede de internet móvel. Ela traz ainda mais velocidade para downloads e uploads, cobertura mais ampla e conexões mais estáveis.

Basicamente, ela usa o melhor espectro de rádio e permite que mais aparelhos acessem a internet móvel ao mesmo tempo. De acordo com especialistas, o 5G possibilita que mais de 1 milhão de aparelhos se conectem por metro quadrado.

A proposta é que tudo se torne conectado: não só celulares, mas também carros, geladeiras, máquinas de lavar, câmeras de segurança e outros eletrônicos.

Qual a velocidade do 5G?

A média da velocidade 3G no Brasil é de 8,82 Mbps (megabits por segundo). As redes móveis 4G mais rápidas oferecem aproximadamente 45 Mbps (megabits por segundo). Mas a indústria ainda tem esperança de alcançar 1 Gbps (gigabit por segundo = 1.024 Mbps).

Há ainda a rede 4,5G, que trabalha com múltiplas faixas de frequência ao mesmo tempo em relação ao 4G tradicional. Em tese, a tecnologia pode registrar velocidade de até 1 Gbps.

Já o 5G poderá atingir rapidez de navegação e download cerca de 10 a 20 Gbps. Ou seja, até 20 vezes mais rápida. Com a rede de quinta geração, seria possível baixar um filme em alta definição em até um minuto, por exemplo.

Como funciona o 5G?

Ele usa faixas de frequência mais altas da telefonia para funcionar. Essas faixas ficam entre 3,5 GHz (Gigahertz) a pelo menos 26 GHz.

Elas têm uma capacidade maior, mas como seus comprimentos de onda são menores, significa que seu alcance é mais curto. Por isso, são chamadas de "ondas milimétricas" e são bloqueadas mais facilmente por objetos físicos.

Para que serve o 5G?

Engana-se quem pensa que a tecnologia 5G chegou apenas para deixar a navegação da internet mais rápida. A expectativa é que, em seu último estágio, o 5G represente um avanço importante na sociedade tecnológica.

Graças à sua velocidade e cobertura, estima-se que o 5G seja capaz, em muitos casos, de substituir até mesmo as redes domésticas de wi-fi. Alguns especialistas acreditam que a tecnologia será complementar, com operadoras oferecendo banda larga, modem 5G e wi-fi para diferentes perfis.

Além disso, o 5G será muito bem-vindo para quem joga games no celular, já que o usuário deve notar menos atraso (a chamada "latência") entre pressionar um comando e ver o efeito na tela. Essa característica também é importante para que o 5G conecte muitos objetos inteligentes ao mesmo tempo, pois seu tempo de resposta rápido permite até que carros andem sem motorista.

Os vídeos para aparelhos móveis também rodarão quase de forma instantânea e sem interrupções. As videochamadas, por sua vez, se tornarão mais claras e menos irregulares, à medida que a banda se estabilizar no país.

A facilidade para conectar mais equipamentos "smart" poderá trazer muitos benefícios. Por exemplo: aparelhos para exercícios poderão ser usados para monitorar sua saúde em tempo real, notificando profissionais em casos de emergência.

Regiões mais afastadas vão se beneficiar com a tecnologia 5G?

Em teoria, sim. Nas áreas rurais, para as operadoras é mais barato e viável construir antenas e dar roteadores 5G a usuários do que passar fios de fibra por baixo da terra para a casa de cada cliente.

Isso traz uma comodidade que muitos gostariam. Você já teve problemas com repetidores de wi-fi? Pois bem: como a internet 5G não precisa de cabos, será possível carregar seu roteador entre os diferentes cômodos. Assim, a qualidade da conexão e uma boa velocidade estão garantidos em todo canto da casa.

Nas grandes cidades, porém, a fibra da internet fixa é vantajosa tanto para usuários quanto para operadoras, por causa da enorme infraestrutura já criada.

Qual o custo da tecnologia 5G?

Inicialmente, especialistas afirmavam que as operadoras poderiam oferecer franquias mais baratas com o 5G, pois o custo do bit é menor. Mas, após o leilão no Brasil, em novembro de 2021, tudo indica que os valores da nova conexão vão ficar bem mais altos para os consumidores, se comparados com os preços do 4G.

Estimativas iniciais de uma das operadoras vencedoras apontam que o preço mais em conta deve ser de, ao menos, R$ 250 por mês em faturas pós-pagas. E haverá restrição de dados.

Preciso de um celular novo para utilizar o 5G?

Possivelmente sim. Nem todos os modelos são compatíveis (especialmente os mais antigos que ainda estão sendo comercializados no mercado).

A situação no Brasil é parecida com a época do lançamento do 4G, em 2012, quando nem todos os smartphones estavam preparados para receber a nova faixa de transmissão.

Os modelos que já possuem a nova tecnologia são um pouco mais caros do que os tradicionais. Mas agora que o 5G já está se tornando realidade no Brasil, as fabricantes estão numa corrida para entregar modelos intermediários e mais acessíveis.

Qual o perigo da tecnologia 5G?

Para a saúde humana, nenhum. Após a pandemia de coronavírus, notícias falsas contra o 5G se espalharam nas redes sociais. Segundo essa teoria da conspiração, o coronavírus seria resultado da exposição dos seres humanos a frequências dessa rede de telefonia. A fake news já foi desacreditada.

O biomédico Renato Sabbatini, um dos fundadores da Sociedade Brasileira de Informática em Saúde, reforça que o 5G é inofensivo, porque todas as faixas de radiofrequência são do tipo não ionizantes, ou seja, não têm potência suficiente para quebrar relações moleculares.

Fora que a potência do 5G é bem menor que a do 4G, então a possibilidade de efeitos sobre a saúde, que já não existia, agora é ainda menor.

Como funciona o 5G na internet das coisas?

Uma das certezas é a aplicação em carros autônomos. Há testes em várias partes do mundo, com carros, ônibus e até caminhões. Isso diminuiria o trânsito e os acidentes.

Outro sonho próximo de se tornar realidade é o da casa conectada. Por exemplo, antes mesmo de você chegar, o ar-condicionado pode ser acionado para deixar o ambiente agradável; o forno ligar e começar a esquentar sua comida; e TV e luzes e som começarem a funcionar assim que você entrar.

Mas a inovação não deve parar só no seu lar. A cidade inteira deve estar conectada nos próximos anos. Com isso, ônibus e vagões de trem saberão a hora de passar. Se existir algum problema em algum ponto, ele pode ser corrigido com a ajuda da inteligência artificial antes mesmo que você note. A latência menor é o que ajuda a ter respostas mais rápidas.

A indústria será bastante impactada. As máquinas gigantes das fábricas, conectadas à internet sem fio, se tornarão muito mais eficientes. Tanto para mandar dados e apontar problemas quanto para mudar de lugar, sem precisar desconectar e reconectar toda a infraestrutura de cabos.

Entretenimento também. Imagine um show em um estádio. Seu celular poderá fazer o caminho para seu assento e já deixá-lo programado com as suas preferências (quem sabe bebidas e comidas já à disposição?) A conexão vai funcionar o tempo todo, para todo mundo, graças à densidade do 5G, capaz de suportar mais conexões simultâneas.

Como foi o leilão de 5G no Brasil?

O leilão para a exploração e oferta do 5G no Brasil aconteceu em novembro de 2021 e definiu quais empresas poderiam levar a internet móvel de última geração aos brasileiros. Ao todo, essa negociação rendeu R$ 46,790 bilhões.

Foi considerado o maior leilão de faixas de frequência da história do país: a venda das faixas do 3G rendeu R$ 7 bilhões; do 4G movimentou R$ 12 bi; e a privatização da Telebras, R$ 22 bi.

Para analistas, incluindo a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento), foi também o maior leilão de 5G do mundo.

O motivo para esse sucesso tem a ver com a quantidade de faixas de radiofrequência e o tamanho de cada uma. Foram vendidas quatro bandas: 700 MHz; 2,3 GHz; 26 GHz e 3,5 GHz — esta última, que é a mais usada pelo 5G no mundo, teve mais de 400 Mhz de largura de espectro em oferta.

Qual a diferença entre as faixas de 5G?

Pense no 5G como um bolo, em que cada uma dessas faixas de frequência é representada por uma camada de recheio. A Claro, por exemplo, abocanhou uma fatia com três camadas: a de 3,5 GHz; a de 2,3 GHz; e a de 26 GHz. Já a novata Brisanet pegou uma fatia só com 3,5 GHz e 2,3 GHz.

Embora as duas tenham levado para casa um pedaço da camada de 3,5 GHz, o tamanho da fatia foi menor para cada uma. A Claro levou uma fatia larga, de 100 Mhz, enquanto a Brisanet ficou só com um corte de 80 Mhz, destinado especificamente ao Nordeste e ao Centro-Oeste do Brasil.

O que importa, porém, é o tamanho do bolo, que permitiu não só que empresas mais tradicionais como Claro, Vivo e Tim participassem, mas deu espaço também para a entrada de novas operadoras que até agora não forneciam internet móvel para tantas regiões do país.

Ao todo, o "bolo" do 5G tinha 3,7 GHz em diâmetro de capacidade espectral:

  • 400 MHz na faixa de 3,5 GHz;
  • 20 MHz na faixa de 700 MHz;
  • 90 MHz na faixa de 2,3 GHz;
  • 3,26 GHz na faixa de 26 GHz.

O 5G já está funcionando no Brasil?

A Anatel aprovou no início de junho de 2022 um pedido de um grupo técnico para estender até 29 de setembro o prazo para a entrada em operação da tecnologia 5G nas capitais do país.

Após as capitais receberem a nova tecnologia, o serviço deverá se espalhar pelas cidades mais afastadas. O cronograma para início da operação prevê que até 2029 todo o país esteja usufruindo do 5G.

Quais celulares possuem 5G no Brasil?

Até o momento, 67 modelos de celulares foram homologados pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) como aptos a funcionar com a tecnologia 5G. Entre eles, estão os modelos mais recentes de iPhones, aparelhos da Xiaomi, Motorola e Samsung, além de alguns da Asus, Nokia, Realme, Positivo, Lenovo e TCL

Segundo a agência, os consumidores devem adquirir modelos certificados, ou seja, que foram testados e validados para a comercialização. Para acessar a lista de telefones com 5G, homologados pela Anatel, clique aqui. A agência vai atualizando as informações conforme os lançamentos surgem.

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