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Felipe Zmoginski

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

De avatar a streaming: estes são os 5 setores mais quentes na China hoje

Startup chinesa Huiye cria avatares que podem servir, por exemplo, como modelos virtuais em desfiles e apresentações de produtos - Reprodução
Startup chinesa Huiye cria avatares que podem servir, por exemplo, como modelos virtuais em desfiles e apresentações de produtos Imagem: Reprodução

14/10/2022 04h00

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O serviço de notícias e análise de investimentos em tecnologia Technode publicou esta semana um relatório que reúne dados de empresas iniciantes chinesas que mais receberam aportes de fundos de capital de risco.

O estudo permite observar quais modelos de negócio têm parecido mais promissores no país. Veja abaixo uma lista de 5 áreas quentes no país.

1 - Criação de avatares

A Huiye lidera este setor no ano, ao receber aportes de diferentes fundos. Entre os clientes da Huiye estão a BMW, o grupo financeiro Ant e estúdios de cinema.

A tecnologia da empresa consiste em criar avatares movidos a inteligência artificial que possam ser usados por marcas em áreas como atendimento ao cliente e entretenimento.

Na China, avatares já são usados, por exemplo, para substituir vendedores humanos em transmissões de live commerce e até na aplicação de exames, em escolas.

2 - Robôs industriais

Robôs realizando trabalhos domésticos ou trabalhando em shopping centers talvez não sejam uma realidade muito próxima. Mas nas indústrias de bens de produção e bens de consumo são cada vez mais populares.

O segmento é um dos cinco que mais captou recursos ao longo do ano, na China. Uma das beneficiadas foi a Mech-mind, desenvolvedora de sensores e software que ajudam a refinar os movimentos e as operações possíveis feitas por robôs que atuam em indústrias, como as que fabricam carros, computadores ou mobiliário.

3 - Aluguel de guarda-chuvas

Este modelo não é exatamente novo e, ao menos desde 2015, vicejam na China startups que exploram negócios em torno da "sharing economy".

O compartilhamento de guarda-chuvas consiste numa ideia bastante simples: espalhar milhares deles pelas cidades, nas épocas de clima molhado, e permitir que as pessoas os utilizem, mediante uma módica assinatura mensal, e, depois, o deixe para uso de outra pessoa em um ponto comum, que podem ser a entrada de prédios comerciais, shopping centers, estações de metrô.

A startup Chusun conseguiu o equivalente a US$ 1 milhão para espalhar guarda-chuvas por Xangai.

4 - Live streaming

No país do 5G e da (infinita) política de covid zero, a vida passa em uma transmissão ao vivo.

Supermercados ganham dinheiro com transmissões de receitas ao vivo, vendedores transmitem o unboxing dos eletrônicos de última geração e até agricultores fazem live streaming de sua produção rural, para valorizá-la.

As vendas via lives, o chamado live commerce, devem responder por 20% de todas as vendas do e-commerce chinês, o maior do mundo. Não à toa, startups dedicadas a criar soluções para melhorar a performance, conversão e audiência de lives estão no top 5 das que mais ganharam dinheiro de fundos locais.

5 - Óculos de realidade virtual e realidade aumentada

Os primeiros óculos de RV (realidade virtual) já tem quase uma década, mas as soluções que os exploram —e os modelos de negócios amarrados a eles— só agora começam a decolar.

A GLXSS, uma startup de Pequim, por exemplo, recebeu investimentos para desenvolver óculos leves, similares aos comuns, que usamos para ler, que possam projetar com discrição, nas lentes, informações adicionais à realidade do usuário, como dados de trânsito, lembretes de compromissos e, por meio de reconhecimento facial, até nomes e dados pessoais dos interlocutores com quem se conversa.