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Akin Abaz

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Sem essa de 'não tem quem faça'! 4 influencers com deficiência para seguir

Eren Li/ Pexels
Imagem: Eren Li/ Pexels

Colunista do UOL*

22/07/2021 04h00

Qual é a primeira coisa que você pensa quando vê os termos "acessibilidade", "tecnologia" e "mundo digital" juntos? Provavelmente você vai lembrar de computadores com a parte física e operacional adaptáveis, como hastes de digitação ou leitores de tela.

Essas adaptações são imprescindíveis, claro. E inclusive, faz uns anos que a preocupação em oferecer um produto ou serviço acessível tem se mostrado bem maior. O Windows 11, por exemplo, traz grandes melhorias na acessibilidade do sistema operacional e a própria Microsoft afirmou que esta será a versão mais acessível da história.

Existem diversos recursos que proporcionam ou facilitam o uso de notebooks, computadores, tablets e celulares para pessoas com deficiência e isso faz parte da acessibilidade digital. É através dela que PCDs conseguem acessar o mesmo conteúdo que pessoas sem deficiência, consumindo a imensidão de informações presentes na rede.

Já contei aqui algumas vezes sobre minha avó que era cega. Ela adorava ouvir rádio e através dele conseguia ter contato com diversos conteúdos, fossem artísticos ou informativos. Mas sempre penso em outras possibilidades que ela não pôde usufruir por falta de adaptação.

Conteúdos acessíveis

Quando a barreira do uso desses equipamentos é ultrapassada, é preciso pensar na forma como esses conteúdos estão sendo disponibilizados. O número de sites e redes sociais com recursos de acessibilidade aumentou consideravelmente, melhorando a experiência de usuários com deficiência e democratizando as informações.

Além disso, no caso das redes sociais, os usuários que não possuem deficiência podem fazer sua parte, seja descrevendo o conteúdo de imagens postadas ou legendando os vídeos publicados.

Mas, se durante muito tempo a prioridade era proporcionar a plena utilização desses equipamentos eletrônicos e tudo que ela oferece, nos últimos anos o desafio se tornou outro: tornar a internet um espaço para que pessoas com deficiência também pudessem criar conteúdo.

Na verdade esse é um caminho muito natural percorrido por grupos minoritários: primeiro adentramos um espaço, depois consumimos o que ele pode nos proporcionar e, então, nos tornamos personagens ativos nele.

Redes sociais e diversidade

Somos tantas pessoas no mundo, tão diferentes, que é praticamente impossível conhecer apenas pessoas com o mesmo padrão. Isso faz parte da vida em sociedade.

Então, eu tenho uma pergunta para você que não pertence a nenhum grupo prioritário: o conteúdo que você consome é produzido somente por pessoas iguais a você ou existe diversidade nos perfis que você acompanha?

E você, que faz parte de um grupo minoritário ou outro: segue pessoas que são de grupos minoritários diferentes dos seus?

Pessoas sem deficiência não podem mais afirmar que não consomem conteúdo porque não tem quem faça. São diferentes perfis de pessoas com deficiência que abordam diversos assuntos: tem quem fale de arte, tem quem aborde o cotidiano, tem aqueles que falam sobre sexualidade (que também não é padronizada entre PCDs) e muito mais.

A diversidade na produção de conteúdo além de naturalizar a existência de pessoas com deficiências, proporciona o debate e o aprendizado sobre diferentes realidades, além de contribuir para a representatividade que é tão necessária e importante.

Por isso, separei alguns perfis de pessoas com deficiência que utilizam o espaço digital para mostrar que existem, falar sobre suas realidades e tratar sobre assuntos que os interessam e que também podem interessar você. Vale muito a pena conferir e tornar o seu feed mais diverso.

Lorena Eltz

Lorena é uma mulher lésbica diagnosticada com a Doença de Crohn, e é ostomizada. Ela produz conteúdo sobre suas vivências, abordando temas como saúde, diversidade e autoaceitação. Também é idealizadora do movimento Feliz Com Chron.

Victor Di Marco

Diretor, roteirista e ator, Victor é idealizador do projeto "O Que Pode um Corpo?". Em seu perfil fala sobre temas como discriminação de pessoas com deficiência, sexualidade e a ausência de pessoas com deficiência em produções artísticas.

Nathalia Santos

Nathalia tem retinose pigmentar e perdeu a visão com 15 anos de idade. Ela já fez parte de um programa televisivo e hoje cria conteúdo sobre inclusão na Internet. Se tornou mãe recentemente e também fala sobre maternidade e cotidiano.

Leonardo Castilho

Arte-educador, produtor visual e poeta podem ser algumas definições sobre o Leonardo. Além disso, é produtor de conteúdo direcionado à comunidade de surdos, ativista do movimento negro e MC no Slam do Corpo, batalha de poesias em Libras.

* Colaborou Rhayssa Souza, jornalista e redatora de conteúdo da InfoPreta