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OPINIÃO

Opinião: 5G exige criatividade da indústria para termos apps rapidamente

DrAfter123/Getty Images
Imagem: DrAfter123/Getty Images

Sergio Buniac e Cristiano Amon*

Especial para Tilt

31/10/2020 04h00

O ano de 2020 trouxe desafios que ninguém esperava, entretanto os mais recentes avanços tecnológicos permitiram que empresas em todo o mundo reagissem e se adaptassem rapidamente neste território desconhecido. Seja algo simples, como mudar para reuniões virtuais, ou mais complexo, como gerenciar uma empresa remotamente, testemunhamos uma mudança significativa na forma como trabalhamos e, simultaneamente, no comportamento do consumidor.

O aumento de streaming e das compras online e a diminuição das interações físicas fizeram com que os consumidores passassem a buscar por uma maneira confiável e rápida de se comunicar virtualmente, tanto na vida pessoal quanto na profissional. Nos Estados Unidos, estima-se que mais da metade da força de trabalho atual esteja atuando de forma remota. Outro dado que chama a atenção. Três de cada cinco trabalhadores nos EUA querem continuar trabalhando de casa após a pandemia.

Essa mudança na forma como a sociedade está trabalhando, socializando e consumindo produtos e serviços está forçando os fabricantes a repensar como resolver um dos maiores problemas do consumidor de hoje: permanecer conectado.

Felizmente, antes de 2020, empresas de toda a indústria de tecnologia investiram, pesquisaram e desenvolveram a próxima geração de conectividade sem fio: o 5G. Essa nova tecnologia proporcionará aos consumidores vários benefícios, incluindo velocidades de conexão tão rápidas quanto a fibra, conexões mais confiáveis, streaming mais suave e chamadas de vídeo com menos buffering ou interferência. (O primeiro telefone compatível com 5G foi lançado pela Motorola há pouco mais de um ano, usando os primeiros chipsets 5G comerciais da Qualcomm.)

Mas isso é o futuro. Onde estamos hoje?

Empresas de tecnologia e da indústria estão engajadas na expansão do 5G em escala global. Uma previsão da Ericsson sugere que a adoção do 5G será significativamente mais rápida do que a do LTE (4G) em 2009, quando a tecnologia estava se tornando popular.

Com a expectativa de que 25% a 30% dos consumidores continuem trabalhando remotamente por vários dias da semana até o final de 2021, a pergunta é: como estamos ajudando mais consumidores a permanecerem conectados?

Como fabricantes de dispositivos móveis, podemos controlar alguns dos obstáculos à adoção de 5G nesse momento ao criar produtos que abrangem várias faixas de preço e permitem o uso de diferentes frequências, como, por exemplo, as redes 5G DSS já disponíveis no Brasil —que trazem conexões mais rápidas enquanto o leilão do 5G não acontece no Brasil.

Enquanto os primeiros smartphones 5G foram oferecidos com compatibilidade de frequência restrita e preços premium, os lançados em 2020 estão alcançando uma base de consumidores mais ampla.

Mas, dispositivos e redes 5G abrangentes por si só não resolverão a necessidade atual do consumidor de se manter conectado. Esta era desafia a criatividade humana e a indústria a desenvolverem novos aplicativos 5G mais rapidamente que nunca, que possam fazer a diferença no dia a dia de todos.

Uma maneira de conseguir isso é abrir as portas para a telemedicina em escala global. Ao assistir virtualmente em consultas e cirurgias remotas, o 5G ajudará os provedores de saúde a oferecer acesso remoto aos cuidados de que os pacientes mais precisam, além de reduzir alguns dos custos associados.

A rede 5G também equipará os pacientes com ferramentas de monitoramento que medem sinais vitais, adesão à medicação e muito mais, dando aos médicos uma visão mais precisa e em tempo real das informações do paciente - e proporcionando uma experiência de atendimento mais personalizada.

O 5G também pode ajudar a experiência de compra do consumidor a se tornar cada vez mais virtual. A conexão vai permitir melhores experiências de realidade virtual e aumentada. Por exemplo, os compradores poderão experimentar roupas e escolher móveis sem nunca tocar nos produtos ou sair de casa.

Assim como levou tempo para o 4G permitir o rastreamento GPS e o streaming em tempo real, toda a extensão dos benefícios do 5G ainda está por ser descoberta. Embora ainda haja muito trabalho a ser feito, estamos confiantes de que, no final de 2020, veremos o 5G alcançando mais pessoas em mais lugares. Assim que isso acontecer, as oportunidades que vêm do 5G serão globais em escala.

* Sergio Buniac é presidente global da Motorola e Cristiano Amon, presidente global da Qualcomm