O que Steve Jobs diria...

Sobre a Apple em 2019?

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Como 2019 já está acabando, vou comentar os altos e baixos da minha maçãzinha. Após um 2018 complicado, o Natal não foi nenhum presente e nossas ações caíram 30% entre setembro e janeiro. Fiquei preocupado com o que Tim Cook fez, mas ele deu um jeito. O valor da Apple na bolsa mais que dobrou.
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Um dos motivos para a volta por cima foi o pessoal começar a trabalhar em áreas novas. Prova disso foi o cartão de crédito Apple Card. Genial! Quem me deu meu primeiro estágio foi Bill Hewlett, fundador da HP e grande banqueiro. É como um ciclo se fechando.
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Mas essa inovação não chegou ao iPhone 11, o principal produto. Não animou o público, nem a mim. O atrativo eram as câmeras triplas, que já rolam na concorrência há anos. Cadê as novidades? Copiar é coisa do Bill Gates. Briguei tanto com ele para minha empresa fazer o mesmo?
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A concorrência aproveitou o erro. A Huawei nos passou e agora ficamos em terceiro, atrás também da Samsung. Quer saber? Acho ótimo. Aprendi as maiores lições quando perdi. A demissão da Apple me fez melhor. É uma ótima chance de renovação.
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Foi procurando renovação, aliás, que Tim matou uma das minhas criações mais amadas: o iTunes. Eu adoro a marca, mas acho que foi uma boa jogada. Não fazia mais sentido. O programa era sinônimo de algo velho e tinha que ser aposentado.
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Outra novidade de 2019 foi o Apple Arcade, uma assinatura de games para iOS. Adorei a ideia. Trabalhei na Atari entre 1974 e 1976, mas continuei apaixonado por jogos. Já me gabei de que o iPod Touch somava em 2010 mais jogadores que Sony e Nintendo juntas. Quem sabe quais recordes bateremos agora?
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Também lançamos o Apple News, uma serviço para assinar várias revistas com uma só mensalidade. A imprensa é parte importante da sociedade. Na maçãzinha, eu lia todos os comunicados enviados aos jornalistas. Adorei que a empresa tenha criado um braço focado em informação.
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O ano foi longo e deu até pra lançar o Apple TV+. É uma Netflix pra chamar de nossa. Amo a união de arte com tecnologia. Foi como ver minhas crias, Apple e Pixar, virarem uma só. Deu certo: a nossa série The Morning Show, recebeu três indicações ao Globo de Ouro, incluindo de Melhor Série de Drama.
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Também colocamos na praça a série 5 do Apple Watch. Achei ainda pior que o iPhone 11. Ok, a tela apaga, mas isso ser a principal novidade? Não dá. O Watch foi o primeiro produto da Apple que não passou pelas minhas mãos. Explica muito.
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Mac Pro e AirPods foram os últimos lançamentos do ano. Ambos muito bons no que se propõe, mas com preços impraticáveis. Para vocês, brasileiros, então, minha nossa... Os fones chegaram por mais de R$ 2 mil e os Macs podem alcançar R$ 429 mil! A gente precisa ter um pouco de bom senso.
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Qual é o veredito?

Meu veredito para 2019 então não poderia ser outro: não gostei. A Apple acertou bastante em alguns pontos mas errou tão feio em outros que a balança pesou pro lado ruim. Pro ano que vem, espero que sejamos mais criativos. Ao pular as sete ondinhas, vou pedir inovação, inovação e inovação!
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Publicado em 20 de dezembro de 2019.
Texto: Felipe Germano

Arte: Deborah Faleiros

Edição: Helton Simões Gomes e Rodrigo Trindade

Aqui a gente faz um exercício de imaginação para saber o que Steve Jobs, sarcástico como só ele, acharia dos lançamentos atuais. Quinzenalmente em Tilt.

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