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OPINIÃO

Jogamos: Battlefield 2042 tem boas novidades, mas é (muito) melhor em turma

Battlefield 2042 - Divulgação/EA
Battlefield 2042 Imagem: Divulgação/EA

Por Rodrigo Lara

Colaboração para START

10/10/2021 04h00

A última vez que pudemos jogar um novo Battlefield foi em setembro de 2018, quando Battlefield V foi lançado. O game seguia os passos de seu antecessor, Battlefield 1, e se concentrava em conflitos do passado. O palco, no caso, era a Segunda Guerra Mundial.

Três anos (e vários conteúdos adicionais para Battlefield V) depois, a série decidiu saltar para o futuro. É o novo Battlefield 2042, que Start teve a oportunidade de testar ainda na fase beta - mas apenas em um modo de jogo, o Conquista. É a experiência mais tradicional da franquia, na qual dois times de 128 jogadores (no PC, PS5 e Xbox Series) ou 64 (no PS4 e Xbox One) combatem para controlar setores do mapa.

A primeira impressão é de que Battlefield manteve sua pegada (o que deve agradar os fãs mais antigos) mas introduziu novidades suficientes para arejar a jogabilidade. Por outro lado, o game só tende a ser aproveitado ao máximo se você reunir mais três amigos para jogar. Vamos explicar.

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Imagem: Divulgação/EA

Guerra total

O campo de batalha de Battlefield 2042 é o mais puro suco de caos. O principal "culpado" é o enorme número de jogadores. Na prática, isso significa que, apesar de a ação geralmente se concentrar em pontos de interesse do mapa, não há locais totalmente seguros. De uma hora para outra, um sniper pode olhar para você e resolver brincar de tiro ao alvo. Ou um avião pode surgir e te transformar em picadinho. Poucos games realmente conseguem transmitir essa insegurança aterradora de estar em um conflito armado.

Cada time é dividido em esquadrões de quatro jogadores. E aqui entra a importância de se jogar entre amigos: por mais que esses esquadrões façam parte de um time maior, eles funcionam como pequenas unidades que precisam, necessariamente, agir coordenadas. Então, sem gente "de confiança?, pode ser uma experiência frustrante: a chance de você acabar sozinho no meio de um mapa enorme e cercado de inimigos é gigante.

É necessário se comunicar bem e, principalmente, determinar o papel que cada jogador irá cumprir. Não é muito inteligente, por exemplo, ter um esquadrão com quatro franco-atiradores, mas ninguém para curar os companheiros feridos. Da mesma forma, ter quatro médicos limitaria muito as capacidades ofensivas da equipe.

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Imagem: Divulgação/EA

Jogue como quiser

Uma das novidades é exatamente essa: o jogo conta com quatro personagens especialistas, cada um com habilidades distintas.

Mackay, por exemplo, se enquadra na classe de assalto. Ele tem uma arma que dispara um gancho e o eleva até pontos mais altos do cenário, útil na hora de surpreender os inimigos. Além disso, ele se move mais rápido que os outros enquanto mira.

Já Casper é da classe de reconhecimento: conta com um drone e um sensor de movimento, que mostra onde estão os inimigos nas redondezas.

Há ainda Falck, uma médica, que pode curar companheiros à distância e é capaz de reviver qualquer aliado (e não apenas os membros do seu esquadrão).

E, por fim, Boris é um engenheiro que consegue montar uma torreta de tiro automatizada. Ele também melhora o desempenho desse equipamento, que passa a travar em alvos mais rapidamente e marca a localização deles no mapa.

Cada um desses operadores tem um conjunto de armas sugerido, mas aqui entra algo bem legal: é possível misturar esses conjuntos ou, até mesmo, montar o seu próprio. Imagine, por exemplo, jogar com Mackay e seu gancho retrátil, mas, ao invés de um rifle de assalto, usar um poderoso rifle sniper. Com isso, o jogador pode alcançar áreas elevadas e se beneficiar de uma arma de longo alcance.

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Imagem: Divulgação/EA

Outra novidade interessante em termos de gameplay é a possibilidade de personalizar as armas em tempo real. Funciona assim: ao apertar um botão, é aberto um menu onde você pode escolher opções para quatro características, com tipos diferentes de canos, miras, apoio inferior e munição.

Como isso funciona na prática? Vamos supor que você esteja em uma área mais aberta. É uma boa ideia trocar a mira por outra com zoom maior, colocar um cano com maior alcance e um apoio que dê mais estabilidade. Mudou para uma área fechada? Que tal um silenciador, uma mira com menos zoom (e mais rápida) e um apoio com lança-granadas?

Além de evitar que o jogador fique quebrando a cabeça na hora de montar um conjunto de equipamentos, essa customização permite que você esteja sempre com o equipamento ideal para cada situação. É, sem dúvida, um dos grandes acertos de Battlefield 2042 e um marco para o gênero.

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Imagem: Divulgação/EA

Mapa variado e com personalidade

Outro ponto que chamou a atenção nesse teste foi a dimensão e a variedade do mapa. No beta, foi possível jogar apenas em Orbital, um centro de lançamento de foguetes na Guiana Francesa. Além da plataforma em si (cujo foguete realmente pode ser lançado no meio da partida se os jogadores não o destruírem), ele conta com várias áreas abertas na mata, galpões etc.

O mapa é dividido em setores. Para conquistar um setor, uma equipe tem que dominar todos os pontos de interesse marcados nele. Daí a importância de se agir de forma coordenada e ter em seu esquadrão diversos tipos de especialistas, que tendem a ser mais ou menos úteis dependendo da situação.

E, para dar ainda mais variedade e imprevisibilidade ao jogo, há possíveis variações temporais e climáticas. O cenário diurno pode se transformar em uma batalha quase noturna e mudar dramaticamente o ritmo da partida.

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Imagem: Divulgação/EA

Tradição é tradição

O jogo também mantém alguns elementos clássicos da franquia. Um deles é a presença de veículos, extremamente úteis na hora de se locomover pelos mapas enormes e atacar posições inimigas (e, claro, defender as suas). Comandar tanques, aviões e helicópteros enriquece demais a experiência.

Os cenários destrutíveis também estão de volta. Ainda que não seja possível implodir todos os prédios, derrubar paredes ou outros elementos reforça aquela sensação de realismo e insegurança total.

De maneira geral, esse primeiro contato com Battlefield 2042 mostrou um game bastante promissor e que tende a empolgar, especialmente quando jogado em turma. Ao mesmo tempo que o título mantém elementos tradicionais, implementa novidades relevantes e que, acima de tudo, funcionam bem.Resta

saber como os jogadores receberão o game e se ele será capaz de dividir holofotes com a concorrência - em especial se considerarmos que o principal adversário, Call of Duty, tem o modo Warzone, que é gratuito e terá novidades substanciais no final deste ano.

Battlefield 2042 será lançado para PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series S/X no dia 19 de novembro.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL