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Free Fire: campeonatos femininos começam a ganhar força no meio competitivo

Ainda sem campeonatos femininos oficiais, jogadoras procuram por oportunidades e dão show de habilidade na Liga NFA, CampLota e outros - Divulgação/Garena
Ainda sem campeonatos femininos oficiais, jogadoras procuram por oportunidades e dão show de habilidade na Liga NFA, CampLota e outros Imagem: Divulgação/Garena

Thaime Lopes

Colaboração para o START

19/09/2020 04h00

Quando pensamos em torneios de Free Fire, logo nos vem à cabeça a Liga Brasileira, a ex-Pro League ou até mesmo o Mundial. O que esses três campeonatos têm em comum? Nenhum deles é voltado para o público feminino.

Apesar da enorme quantidade de fãs e jogadoras de Frifas, o espaço para elas ainda é restrito: por enquanto não houve nenhum torneio oficial da Garena voltado às equipes femininas. Mesmo assim elas estão, pouco a pouco, conquistando seu lugar no competitivo. Durante o terceiro split da LBFF, a equipe SS conta com uma jogadora, a única presente na Série A.

Devido à dificuldade de avançar profissionalmente como jogadoras, os times femininos buscam alternativas dentro dos campeonatos não-oficiais para ganharem reconhecimento. De camps amadores, que acontecem diariamente, a outros com grande estrutura - como NFA e Liga das Estrelas - os torneios femininos têm ganhado cada vez mais força entre as mulheres que sonham em se tornarem pro players de Free Fire.

A importância da NFA

Liga Feminina NFA  - Arte/UOL - Arte/UOL
Imagem: Arte/UOL

Quando conversamos com jogadoras profissionais, todas concordaram que o maior reconhecimento para um time feminino hoje é ganhar uma edição da Liga NFA. O torneio, que já promoveu três temporadas apenas para mulheres, é o maior campeonato não-oficial de Free Fire.

Sobre a criação das edições femininas, o CEO da NFA, Marcelo Camargo, comenta que observando o cenário competitivo, era claro que faltava espaço para as jogadoras. "era nítido o crescimento de porcentagens gerais do público feminino perante ao público masculino no jogo, mas não era expressiva essa percepção na participação de campeonatos oficiais e não oficiais do Free Fire", explica.

Com isso em mente, chegamos à conclusão de que era necessário um apoio ainda mais presente e forte perante a este caso em posicionamento da Liga NFA e outras organizações. Dessa forma, foi criada a Liga Feminina da NFA, com apoio de criação de times femininos na comunidade com intuito de jogabilidade exclusiva às mulheres

As mais recentes vencedoras da NFA, a line-up New Girls, que representam a Hype, falaram que hoje o maior sonho de qualquer jogadora de Frifas é participar do campeonato. "A Liga é um título reconhecido, bem importante. Não há muitos torneios voltados para o público feminino, e a NFA é o maior deles", fala Isabella "HYPE Isa" Fatureto, capitã das New Girls.

O investimento em edições femininas deu certo: Camargo afirma que a NFA atingiu o maior número de audiência de um campeonato de eSports feminino no mundo. A final da terceira temporada acumula 439 mil visualizações no Youtube e 107 mil na BOOYAH!.

Para Camargo, é nítido "o profissionalismo e a jogabilidade de alto nível das mulheres no cenário de eSports, mas há um grande abismo na igualdade de gêneros numa visão geral. Isso deve ser quebrado com oportunidades que mostrem como jogos eletrônicos são para todos e que não há diferença de habilidade pelo gênero. Já que em números gerais, as mulheres são minoria no Free Fire, é preciso abrir campeonatos exclusivos com o foco de dar oportunidade de participação a todas elas".

E o CEO confirmou que a próxima edição feminina está confirmada para dezembro deste ano, com o intuito de incluir mais seis equipes na competição. "Nós temos como meta o investimento sempre maior em próximas edições, com intuito de profissionalizar o cenário feminino e gerar oportunidades ainda a mais mulheres que participam dos eventos oficiais e não oficiais do jogo", finaliza.

Criando espaço para elas

Caio "WEED LONDON" Rafael é o responsável pelo campeonato Stay Strong, que desde sua criação é voltado exclusivamente para o público feminino. Assim como o CEO da NFA, Caio conta que assim que se envolveu no competitivo de Free Fire, viu que as mulheres eram deixadas de lado.

"Eu comecei a jogar na época do beta, mas comecei a organizar torneios um pouco depois. Fui percebendo que não ninguém ligava muito para as meninas, mesmo sendo ótimas jogadoras. Daí resolvi fazer esses camps, porque tem muita jogadora que só está esperando uma oportunidade para mostrar suas habilidades e crescer no meio", explica o organizador.

Outro destaque no competitivo foi a estreia da Liga das Estrelas no competitivo feminino. Reinaldo "Zé Lima" Salomão, organizador da LDE, explica como o projeto começou. "O Free Fire tem muita jogadora, mas há poucos campeonatos grandes. Aí decidimos entrar para fazer a diferença mesmo, porque muitas meninas tem potencial e acabam esquecidas."

A primeira edição teve início em junho, com 36 equipes participantes. Dentre elas, line-ups femininas de equipes já conhecidas, como Las Grandes, PMBR, BDL e Hype. As partidas foram todas transmitidas no canal de Edson "GOD" no Twitch, que possui quase 300 mil inscritos. E Reinaldo afirmou: já há planos para uma segunda temporada feminina.

CampLota chegou chegando

Camplota Camilota - Cesar Galeao/Garena - Cesar Galeao/Garena
Imagem: Cesar Galeao/Garena

Apesar de não ter sido criado pela Garena, o CampLota tem sido o torneio feminino de maior destaque nos últimos meses. A ideia surgiu da apresentadora Camila "CamilotaXP" Silveira, que quis se envolver mais no competitivo feminino de Free Fire.

Em entrevista ao START em agosto, Camilota contou que a ideia do torneio é dar visibilidade às jogadoras e também às mulheres que querem trabalhar nos bastidores, como organizadoras ou apresentadoras. "Para mim é uma realização pessoal enorme, porque eu quero ver cada vez mais mulheres comentando, fazendo análise, jogando. Quero trazê-las para dentro do cenário e ver o crescimento", afirmou.

Com transmissão pela BOOYAH!, plataforma de streaming da Garena, o CampLota tem acumulado milhares de visualizações. A semifinal, que aconteceu no último dia 15 (terça-feira) entre as equipes Hype, Bounce e Las Grandes contou com mais de 36 mil espectadores.

A final está marcada para dia 29 de setembro (terça-feira), com premiação total de 38 mil diamantes e R$ 30 mil. Com o sucesso do CampLota, Camilota afirma que uma segunda edição já está planejada, mas ainda sem data de estreia.

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