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OPINIÃO

Outriders é um RPG cooperativo, não um "jogo como serviço", dizem criadores

Jogo da People Can Fly chega no final do ano para PC, PS4, PS5, Xbox One e Xbox Series X - Divulgação
Jogo da People Can Fly chega no final do ano para PC, PS4, PS5, Xbox One e Xbox Series X Imagem: Divulgação

Daniel Esdras

Do GameHall

13/07/2020 04h00

Resumo da notícia

  • Game da People Can Fly terá foco em missões cooperativas e narrativa caprichada
  • Produtores prometem um "RPG cooperativo completo", com NPCs e cheio de sidequests
  • Estúdio polonês é o mesmo de Gears of War Judgement e Bulletstorm

Após anos desenvolvendo títulos para terceiros, como Gears of War Judgement e Bulletstorm, a desenvolvedora polonesa People Can Fly decidiu se arriscar e, através de uma parceria com a Square Enix, desenvolver uma franquia nova e autoral. Outriders é o nome do título, que tem uma premissa ambiciosa e promete ser um divisor de águas para o estúdio.

Para familiarizar o público com a proposta, a People Can Fly está divulgando vídeos detalhados sobre cada classe, combate, ambientação do universo criado do zero e muito mais. Ainda assim, por se tratar de uma franquia nova, muitos detalhes se perdem e por isso fomos direto na fonte atrás de informações para você.

Conversamos com o diretor do jogo, Bartosz Kmita, e com o seu designer de narrativa, Szymon Barchan, sobre o que esperar desse título que chega no fim do ano, junto com os consoles da nova geração, mas que também vai estar no PC, PlayStation 4 e Xbox One.

Fator narrativo mesmo no cooperativo

Outriders 1 - Divulgação/SquareEnix - Divulgação/SquareEnix
Imagem: Divulgação/SquareEnix

Outriders vai tentar fazer sucesso com uma fórmula que não deu nada certo no recente Anthem, da Bioware. Embora tenha foco no multiplayer, nesse caso cooperativo, o jogo tem um lado narrativo bem forte: os jogadores podem conversar com NPCs e desenvolver a relação com eles, conseguindo algumas missões secundárias únicas no processo. No último broadcast do jogo, inclusive, foram confirmadas várias horas de cutscenes para explicar melhor a história que será contada.

Quando o jogador sai para explorar o mundo inóspito, completar missões e descobrir os mistérios do planeta, ele se transporta através de um veículo de guerra, carregando uma série de NPCs importantes que oferecem serviços como venda de armas e equipamentos. A cada novo passo dado na jornada, você vai descobrindo mais sobre esses personagens que o acompanham e o seu passado. A maior dúvida até o momento era como isso funcionaria no modo cooperativo, que abriga até três jogadores.

Outriders 2 - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

"Quando você joga sozinho, seu personagem sai em um caminhão com diversos NPCs para explorar o mundo e, quando ele pode parar, cria, vamos dizer assim, uma espécie de camping cigano com diversas funções. Quando outro jogador entra na partida, esse camping se expande e o veículo dos outros jogadores se juntam ao seu", diz Bartosz Kmita.

Cada jogador pode personalizar o seu veículo de forma única, mas todos são acompanhados pelos mesmos personagens. "Os NPCs que acompanham os jogadores são os mesmos, pois têm a sua própria história, seu próprio arco" conclui Bartosz.

Também foi explicado como funciona a exploração em conjunto, já que o jogo não parece ter áreas muito grandes para explorar. Cada mapa foi estruturado para ser mais denso, com vários corredores onde os jogadores podem explorar em conjunto, muito disso você pode ver no último broadcast do estúdio.

OR2 - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Esses corredores dão em áreas maiores onde há alguns elementos de exploração e o grupo pode encontrar sidequests referentes àquela região ao vasculhar cada cantinho. "Não há áreas totalmente abertas e dispersas. Nos concentramos em dar volume dentro de um espaço menor, onde os jogadores podem encontrar segredos e missões ao explorar a área" explica Bartosz.

Para entender os detalhes da história e do mundo onde se passa o Outriders, as sidequests são importantes, embora não sejam obrigatórias para entender a campanha. "Cada uma das nossas sidequests conta uma história única, que diz mais sobre uma área do mundo e quem vive ali. Para quem quiser se aprofundar nos detalhes, ler todos os documentos e ganhar ótimos itens, elas vão estar lá. Mas se você quiser apenas seguir pela história principal, não tem problema também."

Não é um "jogo como serviço"

Outriders 2 - Divulgação/SquareEnix - Divulgação/SquareEnix
Imagem: Divulgação/SquareEnix

Os jogos como serviço, aqueles que mantêm conteúdo continuado por anos, como The Division, Fortnite e outros mais, vieram pra ficar. Esse modelo, no entanto, não diz respeito ao Outriders, pelo menos segundo o seu diretor.

"Não se trata de um jogo como serviço, não teremos eventos diários em torno da loja de itens, é um RPG cooperativo completo" diz Bartosz. "O conteúdo do jogo é bastante extenso, a campanha principal dura dezenas de horas e com as side-quests essa duração pode mais que dobrar" complementa Szymon Barchan. Essa informação da duração da campanha também foi confirmada no último broadcast do estúdio, que detalhou, entre outros, a classe Pyromancer.

O nosso medo com essa abordagem é de que os jogadores terminem a campanha e não joguem mais, dificultando achar companheiros online. "O fato de não ser um jogo como serviço, não nos impossibilita de continuar criando conteúdo para manter os jogadores no nosso mundo, se for o que eles quiserem. Nós não vamos simplesmente abandonar o jogo após lançá-lo", esclarece Bartosz.

Classe não é limitante

OR1 - Divulgação/SquareEnix - Divulgação/SquareEnix
Imagem: Divulgação/SquareEnix

No Outriders cada personagem tem a sua classe decidida logo no início do jogo, mas segundo os desenvolvedores, isso não vai limitar a progressão do jogador, que pode construir vários arquétipos dentro de uma mesma classe.

A árvore de habilidades é enorme e tem vários fins diferentes. "Um grupo pode ter os três jogadores da mesma classe e ainda assim cada um deles desempenhar um papel diferente, as builds são bem flexíveis", comenta Szymon.

No último broadcast foi apresentada a classe Pyromancer, que joga a média-distância e tem como foco causar dano em área. Dependendo da forma como você escolhe as suas habilidades, essa classe pode recuperar vida de inimigos queimados, o que possibilita até que ela seja usada como tanker do time. Essa variação está presente em todas as outras classes e deve ser um dos destaques do jogo.

Uma aventura de risco

Outriders 5 - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Para finalizar a entrevista, o papo foi sobre as dificuldades de se arriscar em uma nova franquia após tantos anos trabalhando de forma mais segura. "Foi realmente desafiador, construir um mundo tão complexo do zero, criar o gameplay e balancear as classes, tudo isso é muito complexo e arriscado. Quando a gente trabalha em uma franquia de terceiros é quase como seguir uma receita, muito diferente desse projeto. O lado bom é que é muito mais empolgante criar algo assim", diz entusiasmado o Szymon Barchan.

Se depender da empolgação dos dois e do carinho que colocaram na produção do jogo, Outriders vai dar o que falar neste início de nova geração.

Outriders

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL