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De Spielberg a George Romero: os cineastas apaixonados por games

O filme "Jogador Número 1" (2018), inspirado nas aventuras de videogame, é dirigido por Steven Spielberg - Divulgação
O filme "Jogador Número 1" (2018), inspirado nas aventuras de videogame, é dirigido por Steven Spielberg Imagem: Divulgação

Makson Lima

Colaboração para o START

31/01/2020 04h00

Os games e o cinema vivem um relacionamento complicado. As duas mídias sempre alimentaram uma a outra, sendo com filmes bons e ruins baseados em games, ou com diretores de cinema dirigindo trailers de jogos.

Mais recentemente, tivemos o caso de "Death Stranding", que trouxe no elenco diversos atores famosos e até diretores. Afinal, o criador Hideo Kojima é fanático por cinema, e nunca escondeu sua vontade de trabalhar com filmes.

Mas você conhece outros diretores de cinema que adoram videogame? Vamos falar de alguns.

GUILLERMO DEL TORO

Del Toro - Reprodução - Reprodução
Guillermo del Toro aparece em Death Stranding como o personagem Deadman
Imagem: Reprodução

Começar a empreitada com o mais "fanboy" da lista torna o caminho um tanto mais fácil.

Depois de os jogos "Insane" e "Silent Hills" terem sido cancelados, del Toro, que seria responsável pela produção criativa, resolveu entregar os pontos e voltar todas as suas atenções ao cinema. Não que isso evitaria aparecer em "Death Stranding", jogo de seu camarada Hideo Kojima, interpretando Deadman.

Mas é seguro afirmar que não veremos um projeto em videogame assinado pelo diretor de "A Forma da Água" tão cedo. Enquanto isso, continuamos esperando sua nova produção de terror: "Antlers" deve chegar aos cinemas brasileiros em algum momento de 2020.

NEIL BLOMKAMP

O diretor Neill Blomkamp (centro) e os atores Sharlto Copley (à esquerda) e Matt Damon - Christopher Polk / Getty Images - Christopher Polk / Getty Images
Imagem: Christopher Polk / Getty Images
O diretor de "Distrito 9" já admitiu inúmeras vezes ter sido influenciado por "Portal" (2007) e pela franquia "Halo".

Aliás, é interessante analisar seus trabalhos tendo em vista o quanto videogame faz parte do processo (especialmente aqueles de seu canal de Youtube, o Oats Studios, repleto de curtas fascinantes, como ADAM, feito em computação gráfica.

Sei que nunca veremos sua visão de Robocop ou Alien (aparentemente, o cineasta tem uma percepção vanguardista demais para franquias estagnadas). Quem sabe algum dia todas essas ideias sejam depositadas num jogo de videogame?

RACHEL TALALAY

Freddy - Divulgação - Divulgação
Onde vai com essa poderosa luva, Freddy?
Imagem: Divulgação

Eterna produtora da franquia A Hora do Pesadelo, Rachel Talalay esteve envolvida desde muito cedo com a New Line Cinema e seu criador e mão de vaca, Bob Shaye. Em A Morte de Freddy, de 1991, assumiu a cadeira de diretora.

Nessa época, o cinema abria seus braços para a CGI - até então, tudo ainda era mato e os efeitos práticos reinavam. E não é que o assassino de criancinhas Freddy Krueger fez questão de substituir sua emblemática luva com garras de aço por um genérico da Power Glove? Sim, houve tentativa em tornar a coisa oficial, mas a Nintendo não quis se associar ao filme, só que a luva entrou da mesma forma, com direito a Krueger assassinando o entorpecido Spencer (vivido por Breckin Meyer) dentro de um videogame e com tiradas do tipo "bons gráficos", de acordo com o assassino. Talvez tenha sido a primeira piada transmídia?

HIDEO KOJIMA

Kojima - Reprodução - Reprodução
Kojima e o diretor de Mad Max, George Miller – bem apadrinhado já está
Imagem: Reprodução

Aqui o caminho é inverso. O pai de Metal Gear dedicou grande parte de sua vida aos videogames, apesar de esses serem apenas 30% de seu corpo (com os 70% restantes dedicados aos filmes), e só agora está preparado para mergulhar de vez na sétima arte. Recentemente, foi anunciado que a Kojima Productions irá, sim, dedicar-se a fazer cinema, mas é sempre bom lembrar que cutscene de 71 minutos já pode ser considerada média-metragem.

GEORGE ROMERO

George Romero - AP Photo/Amy Sancetta - AP Photo/Amy Sancetta
Imagem: AP Photo/Amy Sancetta

Apesar de Romero já ter sido transformado em zumbis algumas vezes (a mais notória delas em "Call of Duty: Black Ops"), o jogo que levaria sua franquia de mortos-vivos para os videogames, "City of the Dead", foi cancelado. Haveria, inclusive, participação de ninguém menos que Tom Savini, colaborador recorrente dos filmes de Romero, mestre dos efeitos práticos, como um dos personagens do jogo.

No entanto, há "Land of the Dead: Road to Fiddler's Green", lançado para PC e Xbox em 2005. George Romero sempre teve interesse em videogames enquanto potencial criativo, muito mais do que simplesmente fazer uso de zumbis como uma das maiores buchas de canhão da mídia.

JOHN CARPENTER

John Carpenter - REUTERS/Regis Duvignau  - REUTERS/Regis Duvignau
Imagem: REUTERS/Regis Duvignau

Por que tantos diretores nessa lista dedicaram grande parte de suas vidas ao gênero horror? Há qualquer tipo de associação a essa escolha e também ao interesse por videogame?

Essas são perguntas excelentes e sem resposta, assim como a filmografia de John Carpenter, que, além de cineasta, é também um exímio compositor. A clássica música-tema de Halloween é de sua autoria, por exemplo.

Só esperamos que todo seu interesse por "Destiny 2" (nas suas palavras, funciona para "deixá-lo longe de problemas"), algum dia seja dedicado a algum projeto totalmente original e totalmente interativo.

STEVEN SPIELBERG

Spielberg - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

O sujeito mais versátil da lista é, também, o mais famoso e com alguns jogos já lançados sob sua alçada.

E não estamos falando de adaptações medíocres de filmes encabeçados por ele, mas sim de projetos grandes e um tanto quanto inovadores, como "Medal of Honor" no primeiro PlayStation e "Boom Blox" no Wii.

Spielberg sempre foi apaixonado por videogames desde tempos de fliperama - sua foto ao lado de um gabinete de Donkey Kong é famosa, assim como sua dedicação a jogos como "Missile Commando" e "Space Invaders".

Seu atestado final (até o momento) foi com Jogador Nº 1, mas basta pensar em clássicos como Indiana Jones e Jurassic Park para perceber o quanto Spielberg sempre esteve presente nos videogames, de uma forma ou de outra.

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