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OPINIÃO

Curte "Shovel Knight"? Então jogue "King of Cards" e dispense "Showdown"

Shovel Knight: King of Cards - Divulgação
Shovel Knight: King of Cards
Imagem: Divulgação

Rodrigo Lara

Colaboração para o START

21/12/2019 04h00

Nos últimos anos vimos o lançamento de diversos games que exploravam, cada qual com seu tempero, a fórmula dos "metroidvanias". Um dos destaques foi "Shovel Knight", a divertida aventura do cavaleiro de armadura azul que usava uma pá como arma e encarava perigos para salvar a sua amada Shield Knight e salvar o reino das mãos de uma feiticeira má.

Desde quando foi lançado, em 2014, inicialmente para PC, Nintendo 3DS e Wii U - após um financiamento na plataforma Kickstarter -, o game aos poucos foi recebendo conteúdos adicionais. E é aqui que falamos de "King of Cards", que é o último DLC previsto para o jogo e chegou em 10 de dezembro para uma longa lista de plataformas: PC, Mac, Linux/Steam OS, Wii U, 3DS, PS3, PS4, PS Vita, Xbox One, Nintendo Switch e (ufa) Amazon Fire TV.

Paralelamente, "Shovel Knight Showdown", uma espécie de "Smash Bros." com os personagens da franquia, foi lançado. Mas falaremos dele em seguida. Tanto "King of Cards" quanto "Showdown" são adições gratuitas para quem comprou a edição "Treasure Trove" de "Shovel Knight".

"King of Cards": Um mistura incomum

Em "King of Cards", o jogador controla King Knight em uma aventura que precede os acontecimentos do game principal, "Shovel of Hope". Trata-se de um cavaleiro que se veste como rei - mesmo sem ser rei de qualquer coisa - e tem um comportamento bem infantil, mistura que rende diálogos bem engraçados (o jogo tem textos em português).

Assim como nas outras expansões de "Shovel Knight", "King of Cards" introduz novas mecânicas à ação do game, tendo como elemento central um movimento que é uma espécie de "dash". Ao acertar um inimigo ou uma parede com esse "dash", King Knight salta rodopiando. Ambos os movimentos podem ser usados para causar danos aos inimigos bem como alcançar plataformas distantes e abrir caminhos secretos.

As fases, mais curtas do que as vistas em "Shovel of Hope", exigem que o jogador utilize essa mecânica básica das mais diversas formas, o que resulta em uma jogabilidade que consegue ser acessível sem ser enjoativa. De certa forma, o mesmo vale para batalhas contra os chefes, mas, aqui, elas têm um nível de dificuldade inferior do game original ou nas demais expansões.

De qualquer maneira, essa parte do jogo tem tudo para agradar quem curte a clássica combinação entre plataforma e ação e a estética retrô do game, uma referência direta aos jogos do gênero da época dos 8-bits.

king mapa - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Uma grande diferença de "King of Cards" em relação aos demais conteúdos de "Shovel Knight", no entanto, é a presença do Joustus, um minigame de cartas no melhor estilo "Gwent", de "The Witcher 3", ou do "Triple Triad", de "Final Fantasy 8". Aqui é um ponto meio "ame ou odeie": eu, particularmente, passei horas em partidas desse modo - em alguns momentos, elas são bastante injustas, tenho que admitir.

É justamente do Joustus que vem o nome da expansão: uma vez que ouviu falar sobre o torneio de carteado, King Knight viu aí a oportunidade perfeita para vencer e, finalmente, se tornar rei de alguma coisa.

A ideia do jogo é completar a parte central de um tabuleiro, sendo que o jogador que tiver suas cartas sobre o maior número de joias quando o meio do tabuleiro for preenchido, ganha. As cartas podem ser usadas para deslocar as que já foram jogadas, sendo que cada uma tem uma ou mais direções para a qual elas não podem ser movimentadas.

Parece algo simples e bobo, mas há uma grande dose de profundidade nas regras desse minigame.

O lado bom - ao menos para quem não curtir - é que é possível terminar o game sem sequer participar de uma partida de Joustus.

"Showdown": Um Smash Bros. com restrições orçamentárias

Se "King of Cards" traz uma aventura divertida e tem tudo para agradar os fãs de games de plataforma e ação, "Shovel Knight Showdown" pode ser definido em uma frase: uma tentativa frustrada de fazer um game inspirado em "Smash Bros." utilizando o visual retrô e os personagens de "Shovel Knight".

Mesmo com um modo história que revela um pouco mais sobre o enredo de "Shovel Knight" e suas expansões, "Showdown" acaba tendo uma jogabilidade tão rasa que faz "Smash Bros." parecer um simulador de artes marciais extremamente complexo.

É possível jogar em até quatro pessoas e, para vencer, é preciso obter uma combinação de nocautes dos oponentes, captura de joias que aparecem pelo cenário e arrecadação de ouro. Parece complexo, mas basta apertar aleatoriamente o botão de ataque que você provavelmente vencerá as partidas.

Perto da variedade apresentada nas mais de 10h de "King of Cards", é natural, portanto, que "Showdown" acaba ficando longe da atenção dos jogadores.

Resumo

Expansão de "Shovel Knight", "King of Cards" coloca o jogador no comando de um dos chefes do game principal. É uma aventura que reúne bom humor e mecânicas criativas, tanto na parte de ação quanto no game de cartas, que, inclusive, tem um baita potencial para viciar os jogadores.

Infelizmente, "Showdown" não segue no mesmo ritmo e é um jogo de luta de arena que mira em "Smash Bros.", mas acaba não acertando em nada. Diante de "King of Cards", ele acaba sendo um conteúdo totalmente dispensável.

Lançamento: 10/12/2019
Plataformas: PC, Mac, Linux/Steam OS, Wii U, 3DS, PS3, PS4, PS Vita, Xbox One, Nintendo Switch eAmazon Fire TV
Preço sugerido: R$ 75,49 (PC), R$ 147,99 (Switch), R$ 149,90 (PS4) e R$ 147,99 (Xbox One)*
Classificação indicativa: Livre
Desenvolvimento: Yacht Club Games
Publicação: Yacht Club Games
* preço referente ao pacote "Shovel Knight: King of Cards"

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL