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OPINIÃO

De casual a "viciado": como passei das 400 partidas em "FIFA 20"

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Imagem: Reprodução

Rodrigo Lara

Colaboração para o START

30/11/2019 04h00

Resumo da notícia

  • Jogando pra valer, eu passei a entender melhor os esquemas táticos e comecei a ganhar
  • Na jornada, impus uma regra: nada de gastar dinheiro de verdade com as microtransações
  • Montei o "Risoles FC", consegui umas goleadas e passei a entender o "rage quitters"

Eu nunca entendi muito bem quem comprava um console atual, como um PlayStation 4 ou Xbox One, para jogar apenas "FIFA". Para mim, o jogo de futebol da EA sempre foi uma diversão meio aleatória, algo que eu jogava ou na casa de amigos ou durante algumas semanas por razões profissionais. Além disso, há uma infinidade de opções mais interessantes quando falamos em games, e o meu lado "jogador de multiplayer online" já estava bem ocupado com "Destiny 2".

E é justamente por isso que até agora eu ainda não entendo como eu fui me tornar um viciado em "FIFA 20". Do tipo que aproveita qualquer brecha do dia - como a hora do café após o almoço ou quando estou esperando resposta de alguma entrevista - para jogar uma ou duas partidinhas online.

A seguir eu conto como a minha vida tomou esse rumo e também algumas situações que encontrei no meio do caminho, desde a criação do grandioso Risoles FC (não me perguntem sobre esse nome) até o atual momento da minha carreira, que já beira as 500 partidas - sendo quase 400 delas online.

FIFA 20 Pirlo - Divulgação - Divulgação
Colecionar jogadores no FUT é uma das partes mais divertidas de FIFA
Imagem: Divulgação

Curiosidade fatal

Depois que fiz o review de "FIFA 20", fiquei curioso para saber como os "viciados" eram capazes de se dar tão bem com a nova jogabilidade do game. Foi então que caí em um caminho sem volta.

É claro que, como jogador casual da série, eu sofri de início. Mesmo tendo noção do game, algumas mudanças do "FIFA 20" - especialmente a marcação - faziam com que o meu time fosse um verdadeiro "bonus round" para jogadores mais experientes. Não que a minha defesa, hoje, tenha deixado de ser um exemplo de bondade em relação aos adversários, mas eventualmente ela se mostra razoavelmente bem acertada.

Caminho longo para o topo (se você quer jogar FIFA)

Outro desafio que encontrei no FUT foi na hora de montar o meu time - que criei baseado na La Liga, o campeonato espanhol de futebol. Da mesma forma que há opções de jogadores bons, eles são bem caros. E aqui pude notar que o online do "FIFA" é 90% transpiração: a única solução para ganhar dinheiro e melhorar é manter um volume constante de partidas (maldita EA). Ou investir dinheiro real na compra dos infames FIFA Points. Ambas as situações nos levam aos tópicos a seguir.

Uma regra: dinheiro, só virtual

Eu cansei de ver relatos de crianças e adolescentes que derreteram o cartão de crédito dos pais comprando créditos em "FIFA". Então, de cara, estabeleci uma regra, que uso sempre as microtransações estão na área: só gasto dinheiro virtual. Minha conta-corrente agradece todos os dias depois que tomei essa decisão.

Agenda de compromissos

Já que eu decidi usar apenas o dinheiro conquistado dentro do jogo, acabei criando "compromissos" dentro do game para que eu pudesse evoluir de maneira, digamos, sensata - ainda que eu duvide que haja qualquer resquício de sensatez nessa minha trajetória. Como me concentro em três modos, Division Rivals, Squad Battles e Weekend League, criei uma rotina para aproveitá-los ao máximo. E isso envolve fazer pelo menos umas 30 partidas no Division Rivals e umas 10 ou 15 no Squad Battles (esse último eu acho bem chato).

Já a Weekend League merece um capítulo à parte.

FIFA Risoles - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução

Ficando "hardcore"

Como o nome deixa claro, a Weekend League ocorre aos final de semana: entre sexta-feira e domingo, você tem um "crédito" de 30 partidas online para conquistar o máximo de vitórias. Conforme acumula vitórias, o jogador é ranqueado em categorias. Além disso, as partidas dão alguns pontos para o modo Division Rivals, o que poupa o esforço semanal.

A treta toda é que ele também é a modalidade mais difícil e a que tem a maior concentração de veteranos por metro quadrado do jogo, mas é o que dá as melhores recompensas. Foi nesse momento que "FIFA" entrou na programação dos meus finais de semana. Vida social para quê, não é mesmo?

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Virei um "pofexô"

Não adianta acumular cartas de bons jogadores se você vai colocá-los para jogar sem qualquer critério. Escolher bons esquemas táticos é fundamental e, minhas amigas e meus amigos, eu vou falar que isso é mais complicado do que parece. Eu tenho uma boa noção de futebol, mas há algumas nuances no "FIFA" que deram um nó no meu cérebro. Confesso que demorei cerca de um mês até achar uma formação que combinasse com meu estilo de jogo e isso fez toda a diferença.

Descobri horários "proibidos"

Como tenho uma rotina de trabalho flexível, posso jogar a qualquer hora do dia. E fazendo isso descobri que é um tremendo erro ligar meu Fifinha do começo até o meio da tarde. Pode ser só impressão, mas sinto que a maior parte das minhas derrotas acontecem nesse horário. De cara imagino que do outro lado do jogo está alguém de 12 anos de idade humilhando e rindo da cara do tiozão aqui.

Não tenho mais raiva de "rage quitters"

Em qualquer jogo competitivo online, os "rage quitters" - aquele jogador que sai da partida quando está perdendo - são irritantes. Mas em "FIFA 20" eu acabei encontrando uma certa satisfação quando o adversário simplesmente sai da partida. O motivo: isso geralmente acontece quando você está mandando muito bem e empilhando gols. O ego agradece.

Já passei muita raiva

Tem horas que "FIFA" parece ter sido feito para irritar, como quando seus zagueiros tropeçam um no outro e deixam o adversário livre para fazer gol ou quando seu goleiro acha que é o Papai Noel e sai distribuindo presentes por aí. De qualquer forma, vou falar que me sinto orgulhoso de ainda ter um controle inteiro depois de tanta vontade de jogá-lo pela janela.

Jogando no mudo

Olha, essa fase de "viciado" em "FIFA" da minha vida gamer tem tido mais momentos divertidos do que problemas e, conhecendo meu perfil, tenho quase certeza que ela irá passar. Quando isso acontecer, se tem algo que eu não vou sentir falta do game é das músicas, que ficam grudadas no cérebro como chiclete na sola do sapato. Isso não seria problema se eu gostasse delas. A questão é que eu odeio. Todas.

O mesmo vale para a narração do game que, vamos ser sinceros, cansa. Por um tempo eu joguei o game no mudo, mas a melhor solução que encontrei foi usar a integração com o Spotify e colocar músicas da minha preferência enquanto jogo.

Literatura especializada

Eu percebi que a coisa estava grave quando comecei a frequentar sites especializados no modo FUT e que davam dicas para diversos aspectos do jogo, o que inclui não apenas sugestões para os desafios de montagem de elencos como também sugestões para utilizar o mercado de compra e venda de jogadores de maneira a ganhar dinheiro.

Além disso, passei a usar o app de celulares do game para administrar a compra e venda de jogadores. A qualquer hora do dia.

Alguém me salve, por favor.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL