Por que George Lucas é odiado pelos fãs de "Star Wars"?

Como o criador de "Star Wars" passou de ídolo a persona non grata
Antes louvado como a mente criativa por trás de um dos maiores fenômenos da cultura pop, George Lucas hoje é visto com ressentimento pelos mesmos fãs que ajudaram a erguer seu império.
Nas décadas entre a estreia do primeiro "Star Wars" e os dias atuais, vários episódios grandes e pequenos minaram a relação entre admirado e admiradores. O fracasso da trilogia de Anakin, as constantes mudanças à trilogia clássica, a acusação de que a Disney seria um grupo de 'cafetões' - todos estes ocorridos e muitos outros foram ficando empilhados, e hoje a maior parte do público agradece pelo fato de que George não manda mais na franquia.
De todos os pecados de George, o que mais pesa é "A Ameaça Fantasma" e suas duas sequências. Já na época da trilogia original ele admitia que não era um bom diretor ("Uma Nova Esperança" foi resgatado do caos por Marcia, esposa de George e editora do filme, segundo relatos; e os dois filmes seguintes tiveram outros diretores) - o que não o impediu de tomar as rédeas da (então) nova trilogia.
O resultado: três filmes chatos, inflados e incoerentes, que eram mais preocupados com a venda de bonecos do que de ingressos e serviram mais para diluir a mitologia da franquia do que para incrementá-la.
Paralelamente, George iniciava uma estranha campanha contra as versões originais dos primeiros três filmes da série. Utilizando computação gráfica, ele acrescentava mais e mais elementos visuais à trilogia original a cada relançamento, chegando até a mudar a ordem dos disparos no confronto entre Han Solo e Greedo (um erro imperdoável na ótica dos fãs mais assíduos da franquia).
As mudanças não seriam tão problemáticas se George não se recusasse a relançar também as versões inalteradas dos filmes, ou se o próprio não tivesse dito o seguinte em 1988: "Pessoas que alteram ou destroem obras de arte e nossa herança cultural por lucro ou como um exercício de poder são bárbaros, e se as leis dos Estados Unidos continuarem a permitir este comportamento, a história certamente nos classificará como uma sociedade barbárica."
Os primeiros três "Star Wars" eram obras-primas dos efeitos práticos. Mas quem não assistiu aos filmes antes das mudanças hoje precisa suar para pôr as mãos nas versões originais.
Como alguns fãs explicam no documentário "O Povo contra George Lucas", o sentimento de inimizade nasceu porque George parece enxergar "Star Wars" como algo pessoal dele, e não como um bem cultural que pertence ao público.
Para o diretor do filme, Alexandre Philippe, porém, a relação entre os fãs e George é mais complicada do que uma de mero desdém.
"Há muito ódio e frustração dos fãs, mas também muito amor, afeição e admiração dedicados a George," explicou, em entrevista ao canal Red Letter Media. "É uma dinâmica cultural única entre um criador e seus fãs."
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