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Jogamos: com Carnaval, Brasil é potência cultural em "Civilization VI"

Victor Ferreira

Do UOL, em Novato*

22/09/2016 10h57

Após ser apresentado durante a expansão “Brave New World” de “Civilization V”, o Brasil retorna como uma das principais nações de “Civilization VI”, próximo jogo da aclamada franquia de estratégia.

Liderada novamente por Dom Pedro II, ainda visto como um de nossos maiores governantes pela comunidade internacional, a civilização brasileira traz uma série de habilidades únicas e pode ser uma das escolhas ideais para quem quiser seguir uma rota pacífica, mais voltada para vitória por expansão cultural ou religiosa.

À convite da 2K Games, UOL Jogos teve a oportunidade de testar as primeiras horas do jogo, e descobrir um pouco do que há de novo com o mundo de “Civilization”, e de que forma o Brasil está representado nesta nova edição.

Civilization VI - Dom Pedro II - Reprodução - Reprodução
O Imperador Dom Pedro II representado em "Civilization VI"
Imagem: Reprodução

Império magnânimo

Em “Civilization V”, o Brasil era uma nação cujo poder não estava necessariamente em seu arsenal bélico, mas sim em sua capacidade de expansão cultural.

Embora não seja inicialmente uma das civilizações mais fortes, especialmente dependendo de sua posição geográfica no mapa, um jogador que investiu sabiamente em iniciativas artísticas e alianças comerciais com outros países e cidades-estado pode varrer o resto da competição nas fases finais da partida, catapultando de Era em Era em um constante Carnaval.

Muitas das mecânicas mudaram, mas o conceito da expansão cultural brasileira continua o mesmo em “Civilization VI”. Considerado “O Magnânimo”, Pedro II tem como habilidade especial a possibilidade de criar ou recrutar Grandes Figuras da Humanidade por metade do seu valor normal.

Além disso, o distrito de entretenimento brasileiro é o Carnaval, que transforma pontos de produção em benefícios extras para a população.

Assim como em “Civilization V”, a proximidade de cidades brasileiras com florestas tropicais também dão bônus extras, embora de formas diferentes: enquanto no game anterior era possível extrair pau-brasil destas regiões, dando uma série de pontos de produção, em “Civ VI” o jogador ganha bônus por ter uma cidade adjacente a este tipo de terreno, o que pode gerar um dilema de expansão territorial em seus jogadores: é melhor derrubar a floresta e criar uma fazenda ou mina, ou mantê-la com seus benefícios originais?

Mundo novo

Além de ter experimentado um pouco do que o Brasil tem a oferecer, durante a sessão foi possível ver um pouco mais do que “Civilization VI” traz de novo para a franquia, desde mudanças na interface até sistemas de jogo.

A primeira grande diferença notável entre “Civ V” e “Civ VI” está justamente em seu visual, mudando do realismo para um estilo mais cartunesco. Isso é visível em essencialmente todos os elementos do jogo, desde os líderes até as unidades do game - o batedor, por exemplo, agora é apenas um homem acompanhado de um cachorro.

O visual do mapa também está significativamente diferente, com territórios desconhecidos não sendo mais representados por uma névoa, e sim por um papiro que é preenchido conforme o jogador atravessa o território. Já a matéria-prima de cada território - trigo, arroz, peixes, etc. - está mais bem delineada, com direito a um ícone de identificação, funcionando essencialmente como uma mistura entre o mapa normal e o estratégico de “Civ V”.

Em termos de mecânicas, talvez a maior mudança  envolva as Maravilhas do Mundo, que agora devem ocupar um espaço próprio no mapa - ou seja, para criá-las é necessário ocupar um espaço que poderia ser guardado para uma fazenda, mina ou outro tipo de construção. Já certas unidades, como trabalhadores, tem uso limitado, podendo criar apenas três estruturas antes de desaparecer (pelo menos, inicialmente).

Embora seu impacto não tenha sido notável na sessão, já que ela foi limitada apenas à parte inicial do jogo, estas mudanças podem causar alterações na estratégia e desafios significativos, especialmente para civilizações mais voltadas para elementos culturais, como o próprio Brasil.

A pesquisa de tecnologias e aprimoramentos também sofreu alterações, sendo dividida em diferentes fases e especialidades, e ao fazer certas ações durante a partida, o jogador pode acelerar seu desenvolvimento, completando sua descoberta em menos turnos.

Por exemplo, ao ganhar dois galeões de alguma outra forma, o número de turnos necessários para dominar a criação de barcos cai significativamente.

É uma forma simples e dinâmica para acelerar o jogo, sem deixar de aplicar mudanças encontradas nas expansões de “Civilization V”, como espionagem e religião, que estão de volta e podem ser aproveitados plenamente por certas nações, como a França.

Não tendo muito tempo de estrada com a franquia, no final acabei gostando do que vi desta pequena sessão, embora com tanto pouco tempo é difícil saber se vale a pena migrar da versão completa de “Civilization V”.

Também não consigo me decidir se fãs de longa data gostarão das mudanças presentes no game, especialmente após a reação tépida deste público a “Beyond Earth”.

Com menus e legendas em português, “Civilization VI” chega ao PC em 21 de outubro.

*O jornalista viajou à convite da 2K Games