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Aposta de "Gears of War 4" para eSports é modo mais estratégico da série

Gears of War 4 - Multiplayer - Divulgação - Divulgação
O modo espectador permite ter controle de câmeras mais avançados e promete dar mais emoção às partidas transmitidas em campeonatos
Imagem: Divulgação

Rodrigo Guerra

Do UOL, em Vancouver*

19/09/2016 10h02

Metralhadoras com motosserras embutidas e lança-foguetes portáteis são a verdadeira identidade de “Gears of War”. Pelo menos é isso o que Rod Fergusson, diretor de “Gears 4”, deu a entender quando perguntado por UOL Jogos sobre o que não poderia faltar em um jogo da franquia. E ele não poderia estar mais certo, pois o modo multiplayer é tão protagonista na série quanto o modo de campanha.

“Você pode ter um ‘Gears of War’ sem o Marcus? Provavelmente. Pode existir um ‘Gears’ sem a Lancer? Eu acho que isso não é possível. Essa é uma pergunta que fundamentalmente responde o que é um jogo da série”, declara o diretor.

Levando isso em consideração, essas armas, tão icônicas na série, brilham de verdade no modo multiplayer. “Gears 4” não reinventa a roda, mas também não se arrisca tanto quanto na campanha quanto nas partidas online. Mas pensando bem, isso não é necessário -  por que mudar algo que está dando certo?

Os modos clássicos do game como warzone, team deathmatch e king of the hill voltarão sem uma mudança sequer nas regras. Mas a Coalition também teve tempo de pensar em novos modos de jogo para “Gears 4”: o escalation, focado no modo competitivo e eSports, o arms race, no qual os times vão ganhando armas a cada certa quantidade de abates e o dodge ball - que já pôde ser testado pelo público no início desse ano.

O escalation é uma reimaginação do king of the hill, no qual os jogadores devem capturar e manter uma posição do mapa para acumular pontos. Aqui as disputadas correm no estilo “melhor de 7”, ou seja, o time que ganhar 7 rounds, vence a partida. A cada round os perdedores podem colocar uma arma poderosa em um ponto específico do mapa. Além disso, conforme vão se passando os rounds, mais tempo leva para ressurgir.

O modo é tão pensando em esportes que tem até primeiro e segundo tempo, onde as armas e penalidades de respawn são removidas. Além disso, o escalation conta também com um round de desempate caso os dois times consigam vencer 6 rounds. A sala de testes da Coalition foi tomada por gritos de comandos dos jornalistas se coordenando para tomar pontos estratégicos do mapa e impedir o avanço dos adversários – bem como vemos em outros eSports.

Por outro lado, dodge ball não empolgou tanto. Esse modo é uma alusão à queimada, aquela brincadeira na qual você deve acertar uma bola no adversário para tirá-lo do jogo. A diferença é que em “Gears 4” isso é feita com uma Lancer ou qualquer outra arma da série. Ao eliminar um inimigo, você vai retirá-lo do jogo e ele só poderá voltar quando um aliado conseguir uma baixa.

A ideia é simples, mas no geral acabou se mostrando um incentivo à bola de neve, ou seja, o time que está ganhando, vai acumulando vantagens até que a vitória se torna irreversível. A equipe que consegue se coordenar e trabalhar junto, dificilmente sairá da partida sem a vitória. De todos os modos apresentados em Vancouver, esse foi o que menos empolgou os jornalistas que estavam na Coalition.

Encontro de “Gears” com eSports

Mas é no reino do eSports que “Gears of War 4” quer colocar os pés. Para isso a Microsoft se uniu com a Major League of Gaming, MLG para os íntimos, e GInfinity para criar e organizar torneios e campeonatos.

Por um lado, isso é bom, afinal, a MLG e a GInfinity estão entre as principais empresas que organizam torneios de videogames nos EUA e Europa. Por outro, é notório que, com essa parceria, o cenário competitivo pode ficar enclausurado na América do Norte e Europa. Mesmo assim, a equipe da Coalition jura de pés juntos que a América Latina, incluindo o Brasil, vão receber todo o apoio que for possível para se unir no Mundial de “Gears of War 4”.

Para isso, os jogadores e times que se destacarem nas partidas ranqueadas vão receber convites para torneios como afirma Otto Ottoson, produtor de multiplayer de “Gears of War 4”. “Para participar dos torneios os jogadores e times devem se inscrever no MLG Game Battles. Com isso, os interessados vão participar de todas as partidas ranqueadas e torneios online da MLG. Nas grandes finais a nós vamos pagar todas as despesas para os competidores irem participar dos torneios”, afirma o produtor.

“Dessa forma, os jogadores vão poder competir num palco com os melhores times da América, da Europa, do mundo todo. O que é legal é que todas as regiões vão poder assistir, acompanhar e torcer por seus times em torneios online”, completa Otto.

Infelizmente, nosso cenário não vai contar com transmissões e narração em português brasileiro, pois a MLG ainda não conta com uma área específica para isso. Ainda assim, assistir as partidas de “Gears of War” promete ser algo melhor elaborado do que o que vimos em “Gears of War: Ultimate Edition” pois o modo espectador foi totalmente reformulado.

Você pode trocar de câmeras e de jogadores com grande velocidade, além disso, com esse modo será possível trocar para câmeras que mostram ângulos amplos do cenário, sendo possível assistir a jogadas com mais naturalidade e não apenas pela visão do jogador.

Seja você um jogador que tenha vontade de entrar no mundo das partidas online, ou é apenas alguém que gosta de dar uns tiros virtuais no fim de semana, a verdade é que o modo multiplayer de “Gears of War 4” vai servir ao seu propósito.

É como chegar em casa após um dia de trabalho. Você sabe onde estão as coisas e quer que elas permaneçam assim. Pelo menos nessa parte, vimos que o game que chega no dia 11 de outubro no Xbox One e PC está no caminho certo.

*O jornalista viajou a convite da Microsoft