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Fracasso de "Rock Band 4" dá prejuízo milionário a fabricante de controles

Sucesso nos anos 2000, games musicais como "Rock Band 4" parecem não empolgar mais os jogadores; futuro da franquia e também de "Guitar Hero" não parece nada promissor - Divulgação
Sucesso nos anos 2000, games musicais como "Rock Band 4" parecem não empolgar mais os jogadores; futuro da franquia e também de "Guitar Hero" não parece nada promissor Imagem: Divulgação

Rodrigo Lara

Do Gamehall

03/06/2016 14h48

A Mad Catz, responsável por distribuir "Rock Band 4" e fabricar os instrumentos plásticos utilizados no game, anunciou que fechou o último ano fiscal com um prejuízo de US$ 11,6 milhões. É uma queda considerável, se levarmos em conta que no ano fiscal anterior, a empresa havia registrado lucro de US$ 4,7 milhões.

Boa parte da culpa pelo mau resultado pode ser creditada ao desempenho de "Rock Band 4". Lançado em outubro de 2015, o título não correspondeu em vendas e fez com que a Mad Catz não obtivesse o retorno necessário para cobrir os valores investidos pela empresa no game - parte deles, obtidos por meio de empréstimos.

Parte da consequência desse fracasso foi vista no início do ano, quando a Mad Catz anunciou que seu CEO, Darren Richardson, e outras lideranças da empresa, haviam se demitido. Na sequência, a empresa anunciou que cortaria 37% do restante da sua equipe

A Mad Catz já não fabrica mais os periféricos para "Rock Band 4". De acordo com a empresa, ela possui um inventário no valor de US$ 8,3 milhões em peças encalhadas. Ou seja: mesmo que vendesse esses instrumentos, ela passaria longe de cobrir seu prejuízo.

A situação é ainda pior porque, segundo um acordo feito com a Harmonix, produtora de "Rock Band 4", a Mad Catz só teria até setembro deste ano para vender esse estoque. Passada essa data, a licença para comercializar os itens seria suspensa.

Fora de ritmo

Após anos de ausência, as franquias "Rock Band" e "Guitar Hero" retornaram em 2015. Enquanto "Rock Band 4" manteve a fórmula da série, assim como a quantidade e tipos de instrumentos, "Guitar Hero Live" marcou um retorno às origens ao se concentrar apenas no uso da guitarra.

Em ambos os casos, o resultado ficou longe do esperado, seja pela repetição de uma fórmula desgastada por anos de mercado ou por ideias controversas, como o streaming de músicas do "GHTV" em "Guitar Hero Live". Esse modo se baseia em videoclipes e funciona como um agregador de conteúdo extra - e pago -, porém depende de uma boa conexão com a Internet para funcionar de maneira satisfatória.

Há de se considerar, também, a questão econômica: ao decidirem comprar qualquer um dos games em questão, os consumidores precisam fazer um investimento considerável. E isso é ainda mais grave no Brasil, considerando que o valor do conjunto jogo e instrumentos sai, em média, por R$ 1.500 no caso de "Rock Band 4", quase o valor de um console. "Guitar Hero Live", por sua vez, é mais econômico (ou menos caro): o pacote de jogo e guitarra custa, em média, R$ 300.

A consequência disso é que, assim como "Rock Band 4", "Guitar Hero Live" não atingiu a meta de vendas estipulada pela Activision, que afirmou que não haverá mais nenhum título da franquia na atual geração de consoles. O suporte ao jogo, porém, está mantido.

"Rock Band 4" está disponível para PlayStation 4 e Xbox One. Já "Guitar Hero Live" tem versões para PlayStation 3, PlayStation 4, Xbox 360, Xbox One e Wii U.