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OPINIÃO

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Major reacende CS:GO e reforça importância do jogo no Brasil

Major de CS:GO em Estocolmo - Divulgação/PGL
Major de CS:GO em Estocolmo Imagem: Divulgação/PGL

Colunista do UOL

10/11/2021 09h00

Os efeitos causados pela pandemia do coronavírus causaram dúvida sobre o Esporte como um todo. Afinal, como as modalidades resistiriam (e se adaptariam) sem público? O cenário competitivo de games viveu com essa incerteza - e a superou de diversas formas. Um dos casos mais emblemáticos de retorno triunfante após tempos tão complicados foi o do Counter-Strike: Global Offensive, com a realização do PGL Major Stockholm, na Suécia.

Primeiramente, alguns dados: o CS:GO bateu o próprio recorde de audiência, atingindo 2,7 milhões de espectadores durante o evento, de acordo com dados levantados pelo Esports Charts. A média foi de quase 600 mil pessoas assistindo ao campeonato. Números que refutam qualquer possibilidade de o FPS da Valve estar abaixo do esperado no que diz respeito à repercussão e gosto do público. É um fato: Counter-Strike está muito vivo no cenário.

Conquistado pela NAVI de forma invicta e impecável, o Major foi uma mensagem bem clara do público que ainda duvida da força de um jogo que moldou boa parte do que é o esporte eletrônico atualmente. É evidente que a chegada do VALORANT, com o investimento massivo e o know how da Riot Games, gerou questionamentos - respondidos categoricamente, a nivel mundial, e com um "toque brasileiro" especial.

Não é necessário explicar por que Alexandre "Gaules" é uma figura tão importante para o CS:GO - não só no país, mas rompendo fronteiras. O streamer, que recentemente anunciou ter atingido a marca de 70 mil subscribers, está entre os maiores do planeta. O Major só reforçou o poder sonoro do profissional e de sua Tribo, sempre fiel, trazendo uma irreverência e uma maneira de conduzir o show dignas de causar inveja em profissionais dos mais gabaritados no entretenimento.

A milhares de quilômetros da Suécia, Gaules colocou seu público dentro da arena e fez com que, juntos, todos sentissem a mensagem que o CS:GO tem a entregar: a de que é preciso respeitar a tradição. Nenhum produto do mercado (e aqui não falo somente sobre games) se sustenta por tantos e tantos anos, como o Counter-Strike faz desde suas primeiras versões, apenas com teorias ou palavras bonitas. A paixão dos fãs e a emoção do game em si são fatores inseparáveis do título.

Ao longo desses anos, muitas publishers tentaram, dentro de suas respectivas estratégias, bater de frente com o CS:GO. A Valve tem, sim, diversos defeitos na maneira como trata seu produto. Porém, é necessário lembrar como embaixadores do calibre de Gaules, FalleN e tantos outros fazem a diferença ao ponto de tornar os vacilos da empresa na valorização de sua marca um mero detalhe. Quem faz o jogo tão gigante são os fãs - como vimos nas plataformas de streaming e nas arquibancadas em Estocolmo.

Epicentro da profissionalização do FPS e terra fértil para uma narrativa que se estende das telas às arquibancadas, o Brasil é, sim, muito responsável pela força do CS:GO reverberar como foi nas últimas semanas. Que o sonho do Major em nossas terras seja revivido. Todos merecem: o game, seu público e, especialmente, o próprio "brasileirinho" que nunca abandonou o barco, mesmo nos momentos de dúvida e concorrência.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL