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OPINIÃO

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Free Fire Squad: como as fantasy leagues podem revolucionar o eSport

Free Fire Squad - Divulgação/Garena
Free Fire Squad Imagem: Divulgação/Garena

Colunista do UOL

12/09/2021 08h00

Recentemente, a Garena anunciou o Free Fire Squad, um jogo no qual usuários podem escalar uma "equipe dos sonhos" com cinco jogadores e um técnico, que são avaliados em diferentes critérios ao longo das rodadas da Liga Brasileira de Free Fire. O objetivo é tentar fazer mais pontos e terminar o torneio em primeiro lugar.

É um tipo de desafio conhecido lá fora como "fantasy league" ("liga da fantasia") ou "fantasy "game" ("jogo de fantasia"), que já existe associado a praticamente todos os esportes nacionais (basquete, futebol americano, etc). No Brasil, seu exemplo mais famoso é o Cartola, ligado ao Campeonato Brasileiro de futebol.

Free Fire Squad - Divulgação/Garena - Divulgação/Garena
Free Fire Squad
Imagem: Divulgação/Garena

E é só observar o Cartola de perto para entender por que a Garena criou o Squad - e outras iniciativas desse tipo devem surgir nos próximos anos.

O Cartola se tornou uma máquina rentável para o Grupo Globo e aumentou o poder do Brasileirão enquanto produto. Muitas vezes, os fãs de futebol deixariam de assistir a alguns jogos, ou sequer procurariam se informar sobre o assunto, mas o fato de dependerem de contexto para jogar o fantasy game gera um efeito bola de neve positivo, ampliando o valor conceitual da competição.

Tanto nos EUA quanto no Brasil, as fantasy leagues também já geram conteúdos à parte do torneio real em que são baseadas. Uma rápida busca nas redes sociais mostra uma enorme quantidade de perfis dedicados exclusivamente ao Cartola. Eles distribuem dicas para melhorar o desempenho dos participantes a cada rodada.

Além de aumentar interesse sobre o fantasy game, esses conteúdos beneficiam o próprio Brasileirão, que expande seu alcance para novos públicos e faz com que mais pessoas se informem de maneira correta.

Dá para entender porque o cenário de eSports também quer entrar nessa farra. Já havia alguns modelos baseados no CBLOL, mas criados por fãs, sem o mesmo impacto do Cartola. A chegada do Free Fire Squad profissionaliza a tendência.

Além da mecânica simples e de fácil entendimento, o fantasy game é uma estratégia de marketing que, tal qual o Cartola, pode se tornar rentável a longo prazo. Parte-se do princípio de que o fã de esporte, seja ele qual for, tradicional ou eletrônico, quer consumir e discutir essa paixão o tempo todo. Então, esse tipo de jogo acaba se tornando uma forma de "cercar" quem ainda não tenha essa atenção tão direcionada.

Nos dias atuais, os eSports oferecem um calendário cada vez mais recheado. É praticamente impossível passar um dia sem que um campeonato relevante de algum game esteja acontecendo. Diante disso, as publishers têm de pensar em como estar à frente da concorrência não só em alto nível de gameplay e conteúdo, mas também como assunto na mídia e nas "rodas de conversa" no dia a dia.

Toda grande liga esportiva deveria considerar os fantasy games como uma forma de promover o próprio nome. Trata-se de algo que rompe barreiras, fomenta o debate e torna muito maior a ansiedade para acompanhar em detalhes o que acontece a cada rodada. Seguir tudo com mais atenção se torna algo muito mais palpável e natural no dia-a-dia.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL