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OPINIÃO

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Post machista do Flamengo gera polêmica e mostra falhas no eSport

Cacau, nova influenciadora do Flamengo eSport - Reprodução/Flamengo eSports
Cacau, nova influenciadora do Flamengo eSport Imagem: Reprodução/Flamengo eSports

Colunista do UOL

16/08/2021 13h57

Nesta semana, a apresentação de Caroline "cacau", nova influenciadora do Flamengo Esports, se transformou em um pesadelo para o clube. Na produção, um personagem observa, escondido, com um binóculo, a profissional em uma situação privada, em um cômodo. O mesmo liga para o seu "chefe", passa informações e manda uma foto, à qual vem a resposta: "Sem perder a doçura". Um conceito inacreditável, que, obviamente, foi alvo de repúdio de diversas mulheres do cenário.

A situação, por si só, já era desastrosa, mas piorou. O Flamengo se retratou em um comunicado repleto de erros de português, dizendo que "o vídeo foi aprovado pela influenciadora" e que "alguns torcedores repercutiram e interpretaram de forma negativa". Ou seja: a culpa seria do receptor, e não do emissor do conteúdo. E aí entra uma questão importante: como, à parte de qualquer resultado esportivo, uma equipe de comunicação pode manchar a imagem de uma instituição.

É necessário entender um ponto: a divisão de esporte eletrônico do Flamengo é gerenciada pela Simplicity, uma organização norte-americana. Ainda assim, o que está em jogo ali é o nome do clube. Afinal, a ação em questão trata das boas-vindas a uma influenciadora do Rubro-Negro, e não da empresa que detém o licenciamento. Um bom exemplo disso foi o jogador Filipe "Ranger", que fez uma brincadeira envolvendo o nome de Zico e, ainda que desconhecido de boa parte da torcida do Flamengo que não é fã de eSports, virou alvo de críticas instantaneamente.

A imagem de um clube não passa somente pelos troféus que ele conquista, mas pelos valores que ele reproduz no seu dia a dia. Recentemente, quem também se envolveu em polêmica foi a INTZ, organização que é a maior campeã da história do CBLOL. Um post provocativo à LOUD, com uma imagem de cunho machista, ganhou grande repercussão nas redes sociais e certamente continuará sendo associado ao que representa a equipe em cada mínimo deslize.

O espaço das redes sociais como um palco para manifestações, especialmente em tempos de isolamento, ampliou a atenção (e a correta indignação) do público sobre conteúdo questionável. Não há espaço para postagens que, de qualquer forma, sejam ofensivos ou preconceituosos. Trata-se de uma consequência necessária para que se entenda o quão importante é a comunicação e o quão rigorosa deve ser a seleção das organizações ao montar seus respectivos departamentos.

Por isso, é tão importante valorizar diversidade, capacitação e desenvolvimento de todos os setores dentro de uma equipe. Trata-se de um sistema com diversas engrenagens encaixadas - e, se uma não funcionar como se espera, os efeitos podem ser permanentes para todos os lados. Os eSports devem lutar em todas as suas frentes para derrubar barreiras e preconceitos que estão imputados há muitos anos em modalidades tradicionais.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL