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OPINIÃO

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Louis Vuitton, Riachuelo, Renner... Entenda a sinergia entre moda e games

Coleção Louis Vuitton League of Legends - Divulgação/Louis Vuitton
Coleção Louis Vuitton League of Legends Imagem: Divulgação/Louis Vuitton

Colunista do UOL

23/05/2021 04h00

"Se moda é estilo de vida, e games também, é muito clara essa conexão dos dois universos." É assim que Diego Martinez, gerente-geral da Riot Games no Brasil, sumariza as parcerias que a empresa vem firmando - no mercado mundial e nacional.

É uma percepção inteligente: há muito tempo, os fãs de games e esportes eletrônicos já desafiam o estereótipo de que não se preocupam com a aparência, a vaidade e a sociabilidade. Pelo contrário: eles vêm demonstrando que em nada diferem dos fãs das modalidades esportivas tradicionais - ou seja, sua paixão (por um time ou, neste caso, também por um game) os tornam um mercado facilmente acessível às marcas e com enorme potencial de consumo.

"A exemplo do que ocorre com o esporte, a música, cinema ou esporte, em que as pessoas usam camisetas para mostrar de qual 'tribo' fazem parte, nos games o propósito é o mesmo", resume Martinez.

A Riot, publisher de League of Legends, já flertava com a moda há alguns anos, mas o namoro ficou sério depois da parceria com a Louis Vuitton, em 2019. "Foi ali reforçamos o entendimento dessa sinergia", diz Martinez.

Foi mesmo um grande exemplo do potencial criativo desse tipo de colaboração. Houve, claro, uma coleção de roupas inspirada em LoL. Mas a grife francesa também assinou o case da Summoner's Cup, a taça do Mundial, e desenvolveu uma linha de skins dentro do jogo, assinada pelo diretor artístico da grife, Nicolas Ghesquière.

Martinez agora está expandindo os acordos de LoL no Brasil. "Desenvolvemos parcerias de licenciamento com a Riachuelo, a Piticas e, mais recentemente, com a Renner. Entendemos que há um desejo da comunidade em consumir aquilo com que se identifica e, portanto, essas parcerias são estratégicas, além de reforçarem nossa missão de focar no jogador", explica.

Além da Riot, a Ubisoft, com Rainbow Six Siege, também faz um grande trabalho neste sentido.

"A Ubisoft vê o mercado da moda e licenciamento como uma grande oportunidade de expandir o universo dos seus games. Os desenvolvedores de jogos são criadores e designers da moda digital, de ítens virtuais que os jogadores vestem e convivem por muitas horas no seu dia a dia. Por que não tornar real alguns desses itens para os fãs? Hoje a Ubisoft disponibiliza alguns desses produtos na Ubisoft Store e também através de lojas e fabricantes licenciados em parceria com o Grupo Globo no Brasil", disse Marcio Canosa, diretor de eSports da Ubisoft para a América Latina.

E até grandes personalidades do setor também perceberam que esse é um filão a ser explorado. Um bom case é Felipe "brTT", maior campeão da história do League of Legends nacional, que investiu em uma marca de roupas atrelada ao seu próprio estilo. Cada lançamento de uma nova coleção é também uma maneira de reforçar a relação com seus próprios fãs.

"Os jogadores se conhecem em um ambiente online e criam seus vínculos de amizade quando jogam juntos, quando acompanham uma final de uma modalidade de eSports e quando compartilham desses mesmos interesses. Então, 'vestir a camisa' é, literalmente, parte do processo de identidade que conecta o jovem ao mundo exterior", completou Martinez.

Dentro do jogo, itens cosméticos, as famigeradas skins, movimentam um mercado milionário todos os dias. Fora dele, os fãs têm tido a oportunidade de mostrar que vão muito além de estereótipos e se comportam como quaisquer consumidores: adquirindo produtos que dizem respeito ao seu próprio gosto. A moda é um exemplo fortíssimo disso e que, com o passar dos anos, deve firmar uma parceria cada vez mais forte com os games.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL