Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Iniciativa mostra empatia dos eSports no Brasil
Uma das perguntas mais recorrentes entre os fãs de esportes eletrônicos que têm interesse não só de acompanhar o cenário competitivo, mas de se inserir nele profissionalmente, é: por onde começar? Há diversas maneiras, e obviamente isso depende de qual o talento natural da pessoa e sua disposição a se moldar. A comunidade de eSports, porém, tem uma peculiaridade: se ajudar constantemente. E uma iniciativa que gerou muita repercussão a nível nacional é a prova disso.
A jornalista Mari Coelho, em uma conversa com um amigo que já trabalhava com games, percebeu que havia muita dificuldade para encontrar pessoas para preencher vagas de freelancer - ainda que muita gente desperte interesse em entrar para o cenário de alguma forma. Foi assim que ela decidiu, por si, organizar uma planilha com talentos de diversas áreas e espalhar no mercado - de maneira a dar visibilidade para profissionais em busca de uma oportunidade.
- Criei as três primeiras categorias (Designers, Editores de Vídeo e Social Medias) e abri as inscrições. Mesmo a gente tendo menos de 40 na primeira rodada, dava pra ter uma dimensão da vontade e sonho da galera, sabe? Então percebi que a dificuldade não era só de realizar o sonho de trabalhar na área, e sim das organizações e empresas em achar quem quer por conta da falta de informação - afirmou, em entrevista ao GGWP.
Hoje, há também interessados em trabalhar nas áreas de criação de conteúdo, casting, estafe, streams... Inclusive, uma aba dedicada exclusivamente às mulheres. Aos poucos, a planilha vai abrindo espaços para toda a comunidade e gerando um engajamento de maneira a se tornar referência para possíveis contratados e contratantes. Tal qual um aplicativo de relacionamentos, o documento em constante atualização virou referência e já abriu espaços de maneira solidária e totalmente altruísta.
- O objetivo principal foi tipo... um Tinder! Conectar melhor as empresas com exatamente o funcionário que ela gostaria, pois elas também têm dificuldade em achar as pessoas. O maior fator que faz esse problema existir é a falta de informação: muita gente me diz que não sabe nem por onde começar e, sinceramente, nem eu sabia - admitiu.
- Meu objetivo é conseguir ajudar e empregar o máximo de pessoas possíveis. Eu fiz um projeto 100% beneficente pra que ninguém precisasse passar pelo sufoco que é ir atrás de mil sites de emprego, procurar vagas que nem sempre são bem divulgadas e se frustrar. O resultado ideal é ter ela no máximo de empresas que eu conseguir atingir, seja nos eSports ou não, pra ter uma maneira fácil e prática de escolha, que vai estar sempre atualizada e bem revisada. Eu não sei dizer qual vai ser o resultado ideal ou até mesmo qual é, mas a meta é que a gente sempre tenha criatividade para expandir e pessoas nos apoiando - completou a jornalista.
A planilha pode ser encontrada aqui. Há diversas conclusões a serem tiradas da iniciativa. A primeira, óbvia, é a constatação de como o mercado de eSports, unido, é fortíssimo. Ao mesmo tempo em que já tem uma relevância ao ponto de ganhar espaço nos maiores veículos de mídia e o interesse de marcas não endêmicas, o setor competitivo de games ainda é um meio onde "quase todos se conhecem". Faz todo sentido compilar profissionais em um mesmo local para facilitar a vida de todos os envolvidos no mercado.
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