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OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Times de eSports ampliam possibilidades e modalidades

Livinha Souza UFC FURIA - Reprodução/Twitter
Livinha Souza UFC FURIA Imagem: Reprodução/Twitter

Colunista do UOL

18/03/2021 09h00

É inegável que as dificuldades impostas pela pandemia do coronavírus aproximaram as modalidades esportivas tradicionais dos esportes eletrônicos em diversos fatores. Na verdade, o setor do entretenimento como um todo aprendeu os conceitos que funcionam para streamers, organizações, criação de conteúdo... Mas será que um dia as duas áreas vão se aproximar o suficiente ao ponto de atuarem em uma mesma direção? As tendências provam, cada vez mais, que sim, isso acontecerá.

A FURIA, marca comandada por Jaime Pádua e André Akkari, já atuava com relevância no Counter-Strike: Global Offensive, no League of Legends, no Rainbow Six Siege, no VALORANT, no Free Fire... Agora, a tag já foi além. Vencedora na categoria de melhor organização de esporte eletrônico em 2020, no Prêmio eSports Brasil, passou a ter sua imagem em setores antes inimagináveis para quaisquer equipes que seguiam o ramo competitivo dos games.

No ano passado, Krikor Mekhitarian, bicampeão brasileiro de... xadrez. Neste ano, Livinha Souza, lutadora de MMA contratada pelo UFC. Enzo e Pietro Fittipaldi, no automobilismo. Allan "Estagiário", streamer focado em futebol. Uma estratégia inteligente, de amplificação de marca, e que quebra barreiras e preconceitos relativos aos eSports. Certamente, há diversos públicos positivamente impactados ao verem a força da FURIA e descobrirem do que se trata.

- Comparado ao esporte tradicional, estamos lidando com atletas com o maior nível de diversidade possível. Não importa a cor, altura, peso ou qualquer outra característica física. O esporte eletrônico é inclusive e da oportunidades para todos. Além disso, é preciso quebrar aquela ideia de que basta um computador ou celular para se tornar um profissional. Por trás de grandes atletas, existem uma série de profissionais dando todo um suporte desde médicos, psicólogos, nutricionistas, managers, entre outros, nas melhores equipes - afirmou Jaime, em entrevista ao GGWP.

Trata-se de uma questão de ocupação de espaços. Todos sabemos que os eSports não dependem de movimentações assim para existir, que são fortes o suficiente para caminhar com as próprias pernas. Ainda assim, à parte de interesses econômicos, trata-se de um marketing extremamente inteligente, bem estruturado e uma estratégia de "espalhar a palavra" eficiente como poucas. É basicamente a organização indo para todos os espaços.

Além de tudo, essa transição é muito mais orgânica do que o contrário. Quando vemos clubes de futebol tradicionais entrando nos eSports, por exemplo, muitas vezes presenciamos desconfiança, descaso, falta de conhecimento de causa... O contrário não acontece. As organizações são estruturadas, respeitam o espaço onde estão pisando e trabalham à altura do que se espera. Não subestimam. São sérias e pensam.

Neymar, inclusive, é um torcedor da FURIA. Constantemente ostenta o uniforme da organização. Cada vez mais jogadores de futebol se interessam por eSports - seja assistindo, jogando ou investindo. O crossover é real e empolgante. Que nosso cenário aproveite ao máximo e saiba como aprender e ensinar.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL