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OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Podcasts: um fenômeno nos games e eSports

Podcast gamer - Divulgação
Podcast gamer Imagem: Divulgação

Colunista do UOL

19/02/2021 09h00

Quem gosta de games e esportes eletrônicos costuma consumir muitos produtos "em torno" dos títulos jogáveis. Quem nunca buscou um vídeo sobre como cobrar melhor os pênaltis no FIFA ou sobre a melhor forma de avançar no God of War? Em meio a esse contexto de intensa criação de conteúdo, um formato chama a atenção pelo dinamismo e pela forma com que tem cativado públicos dos mais variados setores: são os podcasts, o "rádio do mundo moderno".

A primeira grande vantagem é ser sob demanda e, de certa forma, um "bom companheiro" para todas as horas. É possível jogar ouvindo podcast. Ir para o trabalho - no carro ou no transporte público - ouvindo o podcast. Em alguns casos, trabalhar ouvindo o podcast. Vale somente o áudio ou também com vídeo, para notar as reações dos entrevistados, âncoras ou convidados. Um setor interessante de opinião e totalmente acessível aos fãs.

No ambiente dos eSports, cada vez mais jornalistas especializados e também publishers, casters e entusiastas do cenário têm se aventurado com a ferramenta. O mais interessante: não há uma regra. É possível utilizar a plataforma tanto para ouvir informações e opiniões, como simplesmente para um bate-papo sincero. Basta entender quem é o público alvo, como fazer com que ele engaje, e pronto: está criada uma fórmula de sucesso.

Ao passo em que grandes veículos de mídia, como Globo ou ESPN, têm os seus próprios podcasts de esportes eletrônicos, casters como André "Meligeni", do Rainbow Six Siege, e Tácio "Schaeppi", do League of Legends, também contam com os seus, particulares, em torno dos respectivos jogos. Não se trata de um mídia restritiva ou que demande exclusividade. Só é necessário ser criativo para evitar repetições.

Há diversos níveis de produção, captação e monetização em torno dos podcasts. Um bom exemplo, que constantemente leva pessoas ligadas aos eSports, mas que não é exclusivo do assunto, é o Flow. Idealizado por Monark e Igor 3k, o trabalho ganhou notoriedade em diversos públicos diferentes e se tornou um dos maiores do Brasil rapidamente. A agenda disposta na publicação acima dá o tom de como é diversificada a agenda do programa.

Não se trata de uma tendência somente do Brasil, mas mundial. Por aqui, todos os games têm entrado na onda, mas o investimento de empresas com o Spotify no setor - e, em paralelo, também nos esportes eletrônicos - diz muito sobre a tendência que esse mercado deve seguir. Além de humanizar personagens e aproximar os fãs daqueles que sempre parecem distantes, os podcasts, de certa forma, revolucionaram a comunicação para um público que não tinha nenhuma relação com o rádio.

O grande desafio de qualquer mercado de entretenimento, e obviamente os games se inserem nisso, é entender o que o consumidor espera, a curto, médio e longo prazo. No mesmo ritmo, admitir que certas práticas mudam e se adaptam com o tempo, mas que também há espaço para o que permanece bom e tradicional. Não há uma fórmula para a comunicação, mas facilitar com que ela aconteça e atinja um grupo é, definitivamente, o princípio de tudo.

Flow Podcast - Reprodução/YouTube - Reprodução/YouTube
Flow Podcast começou pequeno e ampliou
Imagem: Reprodução/YouTube

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL