Nova MIBR busca superar pressão e fazer valer a tradição no CS

Uma das maiores tags da história do Counter-Strike competitivo. Uma camisa pesada, digna de respeito. Falar em MIBR é falar em glórias e dores, mas acima de tudo, de tradição e da paixão brasileira por um game que já tem mais de 20 anos de caminhada no cenário. Ao longo das últimas duas décadas, vimos diversos capítulos dessa história de perto, vibrando e sofrendo. Agora, uma nova estratégia levanta a formação: qual o futuro dessa equipe que arrasta milhares de fãs por si só?

A line encabeçada pelos bicampeões de Major, Gabriel "FalleN", Fernando "fer" e Epitácio "TACO", após uma série de mudanças, que passaram por idas e vindas, deu lugar a um novo elenco, agora composto por Marcelo "chelo", Gustavo "yel", Bruno "shz", Ricardo "boltz" e Daniel "danoco". O técnico é Alessandro "Apoka", auxiliado pelo lendário Renato "nak". Como diretor, Yuri "Fly", CEO da Gamers Club. Nomes que geraram uma expectativa imediata, especialmente pelo grande trabalho feito pela base do elenco que antes vestia a camisa da BOOM.

- Os nomes são fortes, e acho que a chegada do danoco pra variar um pouco o estilo do time vai ajudar bastante. Acho que com essa ideia de comissão técnica e equipe de analistas, o potencial do time é tão grande quanto qualquer outra equipe promissora desse ano. Seja o próprio Godsent com os brasileiros, como equipes que já mostram um potencial na Europa, como os portugueses do saw. Eles precisam de algum tempo pra mostrar qual a real capacidade e poder de fogo desse time - opinou o coach de CS e especialista Giovanni "Gio", em entrevista ao GGWP.

- O potencial é gigantesco. Chelo e boltz estão, com certeza, entre os jogadores mais "mirudos" do mundo; o shz muita gente não conhece tanto, mas quem conhece sabe o quão bom e consistente ele é, um cara que você pode deixar solo em qualquer bomb e confiar que ele vai fazer a parte dele. yeL é muito experiente, disciplinado, inteligente e também um excelente AWP, e tem o danoco, que chegou agora, mas quem acompanha ele sabe o quanto ele é bom e agressivo - analisou o narrador Pablo "xrm".

As saídas de Vito "kNg", Vinicius "v$m", Alencar "trk", Lucas "LUCAS1" e Leonardo "leo_drk", bem como de Raphael "Cogu", geraram polêmica no ano passado. Muitos viram ingratidão por parte da organização no que diz respeito aos valores oferecidos aos jogadores por novos contratos. Para 2021, a organização começou jogando na cs_summit 7 - com direito a vitória sobre a FaZe Clan de Marcelo "coldzera" nesta quarta. A pressão será um problema a longo prazo?

- Acho que não existe nenhum jogador que não sinta a pressão de vestir a camisa do MIBR. Com certeza vão sentir a pressão, a questão é como eles vão lidar com essa pressão. Tem jogadores com muita experiência e personalidade nessa line. Então acredito que tudo vai depender dos resultados. Com vitórias, a pressão diminui, naturalmente - disse xrm.

- Sentir pressão em representar o MIBR soa redundante pra mim. É uma tag de peso, talvez a maior que temos na história do CS nacional. Não tem como esperar títulos e conquistas e não se pressionar por isso. A torcida infelizmente inflama muito o time nas vitórias e quebra nas derrotas, e aí o psicológico tem que estar bem forte. Pressão é rotineira no MIBR - afirmou Gio.

MIBR voltou a ter line feminina após mais de 10 anos - Divugação/MIBR (750x421)

Análises táticas e técnicas à parte, é interessante ver como há unanimidade em torço da força da tag - e, consequentemente, da torcida brasileira. Isso se refletirá também no cenário feminino, uma vez que a MIBR voltou a contar com uma equipe composta por mulheres para esta temporada. Um incentivo de peso para muitas futuras jogadoras que certamente sonharam em um dia vestir o expressivo uniforme.

- Em nomes individuais, é uma das melhores line ups do Brasil. A falta de uma AWP já é um estilo antigo dos times que a bizinha participa, e todas as assaults são excelentes. AnnaEX e Bokor pra mim são as duas grandes estrelas ao lado da bizinha, e devem ajudar o time a chegar ao topo. Não vejo essa equipe com dificuldades em dominar o cenário feminino junto da FURIA, e acirrar essa rivalidade - analisou Gio.

Ainda é cedo para qualquer análise sobre o trabalho da MIBR e a ideia do projeto. É necessário dar tempo ao tempo. Uma certeza, porém, é intacta: forte ou fraca, em alta ou em baixa, não há dúvidas - a organização é absolutamente gigantesca.