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Ninja Gaiden Sigma 2

09/10/2009 17h19

Trailer oficial da E3 2009
"Ninja Gaiden Sigma" foi criado para apresentar aos fãs da Sony o grande sucesso "Ninja Gaiden", que foi lançado exclusivamente para o Xbox original na geração passada e se tornou um dos principais atrativos do console da Microsoft.

No Playstation 3, a aventura estrelada pelo ninja Ryu Hayabusa ganhou gráficos mais modernos, novos inimigos e alguns pequenos ajustes que o transformaram na versão definitiva do clássico moderno. Agora chega a vez de "Ninja Gaiden Sigma 2" tentar o mesmo diante de "Ninja Gaiden II", uma continuação menos inspirada que chegou ao Xbox 360 no ano passado.

Ataque Ninja

Ação no modo cooperativo
Logo de cara "Ninja Gaiden Sigma 2" mostra que não pode ser levado muito a sério. A história nunca faz muito sentido assim como a própria caracterização de locais ao redor do mundo e seus personagens. O melhor exemplo acontece na primeira cena quando conhecemos Sonia, uma agente da CIA que se veste com roupas tão ousadas que fariam algumas strippers corarem. Os designers criaram seu próprio mundinho e temos que aceitar suas regras para poder engolir todos os diálogos irados e momentos de tensão que o jogo enfia goela abaixo.

Basicamente um vilão rouba um artefato mágico e o usa para abrir os portões do inferno. Ryu Hayabusa precisa então caçá-lo ao redor do mundo em locações variadas. Ao menos os cenários servem como palcos interessantes para a ação visceral que faz o charme do game. A mecânica não muda muito em relação ao jogo de 2004: além das lutas, há elementos de plataforma, exploração, acrobacias à "Prince of Persia" e batalhas contra chefes impiedosos. No entanto, não espere a imensa quantidade de sangue derramado do Xbox 360; aqui no Playstation 3, os inimigos tem bem menos fluido correndo pelas veias e o choque visual de suas mortes já não é tão intenso, assim como cenas de perfuração, decapitações e outros momentos brutais das cenas de história.

Outras modificações também foram feitas no curso da aventura principal. A grande variedade de armas do herói foi alterada, por exemplo, com alguns itens completamente limados para favorecer o balanceamento. Com seu progresso, você vai adquirindo novas habilidades e pontos que podem ser trocados por itens de energia ou magia, atualizações para as armas e pontos extras de saúde, que o tornam mais forte, ágil e resistente - e como a dificuldade do jogo foi reduzida em relação ao original, tais incentivos se tornam ainda mais abundantes, mas não necessariamente tornaram o título mais acessível para jogadores casuais.

Novos chefes também foram introduzidos, alguns caminhos entre as fases foram modificados e agora há fases que permitem o controle de três musas da série. A caçadora Rachel, a lutadora Ayane (de "Dead or Alive") e a ninja Momji (de "Ninja Gaiden Dragon Sword") ganham espaço sob os holofotes e se apresentam como um grande sopro de novidade no meio da atribulada jornada de Ryu, com mecânica diferenciada e armas novas. Pena que tais missões durem pouco.

Ataques rápidos

Missão especial com Ayane
Por mais difícil que o jogo possa ser, as batalhas são extremamente fluidas e sem grandes complicações. O herói conta primeiramente com ataques fortes e fracos. Combinando os ataques, você cria combos únicos e altamente devastadores, que fazem picadinho de seus inimigos. Cada arma possui sua própria série de golpes, a maioria muito satisfatória, e há uma variedade imensa deles para descobrir. Cabe ao jogador identificar qual seu estilo favorito e desenvolvê-lo.

Além da história principal, é possível utilizar o repertório de golpes em outros modos extras como o Team Mission, que funciona como uma partida cooperativa por cerca de 30 fases. A mecânica não parece ter sido otimizada para suportar dois jogadores, mas deve divertir jogadores mais entrosados em combates contra dúzias de inimigos simultâneos. O Chapter Challenge aparece depois que o modo principal é vencido, e traz o jogador novamente ao enredo acompanhado de um multiplicador de pontos, que avalia estilo e performance.

Tecnologia do ano passado

Graficamente "Ninja Gaiden Sigma 2" não faz tanto pelo jogo que tomou como base do que seu antecessor. "Ninja Gaiden II" foi um jogo bonito para sua época e os designers não parecem ter mexido muito no visual, que já mostra alguns sinais de idade de um ano para cá. Todos os modelos tem aquele visual plastificado, sem sujeira ou variações, que incomoda um pouco. Sorte que a direção de arte do original foi bastante feliz na escolha de locações e os cenários nunca deixam de surpreender, assim como desenho de monstros e na edição de som, que alia efeitos poderosos a músicas que misturam sons tipicamente japoneses a guitarras pesadas e bases eletrônicas.

Sensor de movimentos em ação no game
A performance, no entanto, não é das mais redondas para um jogo que não é novo. Há vários momentos recheados de efeito tearing, que é aquele que dá a impressão que a tela quebra os gráficos em momentos mais rápidos. O motor gráfico também apresenta certa lentidão em alguns duelos mais recheados por inimigos, estilhaços e projéteis, mas não chega a interferir radicalmente na mecânica. A câmera não foi muito trabalhada e, como no Xbox 360, às vezes teima em mudar de ângulo no meio de combates, deixando o jogador sem muita referência de direção ou posicionamento.

Por fim, é obrigatório comentar o uso que a Tecmo deu para o sensor de movimentos do PlayStation 3. O usuário pode balançar o controle para chacoalhar os seios das heroínas do jogo, em um efeito grotesco e sem propósito algum para a aventura. Se este foi o principal uso que os designers da empresa puderam criar para um game deste calibre, está na hora da indústria repensar a utilidade de tal tecnologia nos games atuais.

Nota: 8 (Ótimo)