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Silent Hill 2

25/12/2001 19h36

Enquanto algumas séries de jogos de terror ficam conseguindo sustos com surpresas baratas (zumbis quebrando janelas em uma certa franquia de sucesso, por exemplo) a Konami decidiu levar seu terror ao próximo nível: usando suspense psicológico. Assim nasceu Silent Hill no PSX. E agora o segundo jogo traz a mesma cidade, mas com protagonista e enredo inéditos - a única semelhança entre os dois é o enevoado povoado (e mesmo assim, uma parte diferente do local).

O jogo segue o mesmo padrão definido pelo primeiro: o protagonista é uma pessoa comum, que não saber operar bem uma arma de fogo, morre de medo do que vê e está munido de uma lanterna e um rádio que traz estática toda vez que algo macabro se aproxima. Desta vez você controla James Sunderland, um homem que recebeu uma carta de sua mulher pedindo para encontrá-lo novamente no "nosso lugar especial" em Silent Hill. Isso não seria incomum... se ela não tivesse morrido três anos antes.

Para complicar ainda mais a história, a cidade parece quase deserta, mas com muitos monstros estranhos, e apenas algumas pessoas comuns: uma moça que procura a mãe e apresenta comportamente suicída, uma menina que parece saber sobre James e sua mulher, Mary, um misterioso sujeito gordo que não fala muito e uma moça idêntica a Mary, só que com cabelos e roupas diferentes e que se comporta muito diferente del. Seu nome é Maria.

James então explora a cidade, procurando por respostas. Ele enfrentará inúmeros quebra-cabeças e lutas contra criaturas macabras (a dificuldade desses dois desafios pode ser selecionada no início do jogo - você pode até jogar Silent Hill 2 sem combates). Os confrontos continuam sendo simples, e muitas vezes uma questão de rodar em torno dos oponentes e usar madeiras, armas de fogo ou facas para acabar com eles. Os quebra-cabeças são os comumente excêntricos rituais para abrir gavetas e passagens secretas com medalhões e ponteiros de relógio (isso já está virando clichê...).

Visualmente, Silent Hill é um belo jogo. Não apenas graças aos modelos com muitos polígonos e excelentes texturas (além dos efeitos de escuridão e o filtro de granulação, que dá ao jogo uma cara de filme de alta sensibilidade), mas principalmente pela excelente - e assustadora - direção de arte.

Infelizmente, isso acaba prejudicando o título a longo prazo. Silent Hill 2 é exageradamente escatológico: não se perde uma chance de mostrar alguém vomitando, criaturas exibindo movimentação com exagerada insinuação sexual... em suma, apesar dessas coisas serem mostradas com mais bom gosto do que outras séries *cof* Resident Evil *cof*, mais cedo ou mais tarde você perde a suspensão de descrença e, diferente de Silent Hill 1, os sustos não são tão eficazes.

Nota: 6 (Razoável)