O lançamento de "Sintonia" em 2019 inundou as redes sociais de cortes da série e de pessoas tentando reproduzir a forma de falar dos personagens, repleta de gírias. Eram muitos: "tá ligado?", "firmão", "mano" e papo de "levar pras ideia".
O linguajar não era nenhuma novidade para o protagonista. Periférico, ele conta que teve que mudar o jeito de falar para se encaixar. "Na época que comecei a estudar teatro, a forma que eu falava era errada para as pessoas, para os grandes intelectuais. Falar gíria era feio, então eu acabei tendo que aprender a falar 'bonito' para agradar e para conseguir algum tipo de oportunidade".
Christian ressalta a ironia, já que, hoje, falar gíria é visto como pertencimento. "Você vê o menino da zona sul, que nunca nem pisou numa favela ou vai só para os bailes, dando uma de bandido e falando gíria. Você vê, hoje, que a forma de falar da quebrada virou uma coisa meio popular, e não é mais criminalizado, não é mais marginalizado, como quando eu era pequeno".
Durante a produção de "Sintonia", apareceu uma gíria no roteiro que ele não queria falar de forma alguma. Tinha medo que virasse piada. "Eu reuni todo o ódio que tinha em mim e falei uma coisa assim: 'Tomou chá de malandrops?'. Isso virou uma coisa! Todo mundo falava na época, todo mundo me encontrava na rua, falava: 'tomou chá de malandrops?'. Não foi o efeito do que eu achei que seria".