Filme de abertura do Festival de Berlim envia mensagem de que imigrantes são bem-vindos, diz ator

Por Hanna Rantala

BERLIM (Reuters) - O filme de abertura do Festival de Cinema de Berlim, o drama familiar disfuncional "The Light", envia a mensagem inequívoca de que os imigrantes são bem-vindos, disse o astro Lars Eidinger, antes das eleições alemãs marcadas pelo debate sobre regras de imigração mais rígidas.

O filme mostra "que alguém que vem de fora também pode ajudar e que podemos nos beneficiar deles e que eles não querem tirar nada de nós", afirmou o ator à Reuters em uma entrevista.

"Na verdade, é o contrário, eles podem contribuir", disse Eidinger, que interpreta o pai do filme, Tim Engels.

A imigração é uma das principais preocupações dos eleitores alemães antes das eleições nacionais de 23 de fevereiro, o último dia do festival, com o partido de extrema-direita e anti-imigração Alternativa para a Alemanha (AfD) em segundo lugar na maioria das pesquisas.

A política ameaça ofuscar o festival deste ano, apesar das esperanças dos organizadores de que as conversas se concentrem no cinema.

A obra de quase três horas do diretor Tom Tykwer, de "Corra, Lola, Corra", acompanha a família Engels, que está tão preocupada com suas próprias vidas, seja com videogames, trabalho ou baladas, que mal percebe quando a empregada morre em seu elegante apartamento em Berlim.

Tykwer, um dos criadores da série histórica de sucesso "Babylon Berlin", disse à Reuters que, embora veja nos dias de hoje nuances do período entre guerras da República de Weimar, que viu a ascensão dos nazistas, as pessoas de hoje também são notavelmente diferentes.

"Realmente não somos a mesma multidão que viveu há 90 anos. Por exemplo, não somos como nossos avós, então quem somos nós?", disse ele.

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A família começa a superar sua desconexão depois que Farrah, uma refugiada síria interpretada por Tala Al Deen, entra em suas vidas como a nova empregada doméstica, juntamente com seu dispositivo exclusivo de terapia de luz.

Em contraste com a família Engels, Farrah vive em um pequeno apartamento com várias outras mulheres, sem sua família.

Nicolette Krebitz, que interpreta a mãe, Milena Engels, disse que foi difícil retratar uma personagem cujo privilégio e hipocrisia são submetidos a um exame tão rigoroso no filme.

"Você não quer se ver como uma pessoa branca e privilegiada, infeliz com as coisas, em comparação com o que a outra protagonista do filme (Farrah) está vivenciando", afirmou Krebitz à Reuters.

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