Filme "Setembro 5" oferece nova perspectiva sobre tragédia na Olimpíada de Munique
Ler resumo da notícia
Por Hanna Rantala
LONDRES (Reuters) - O thriller dramático "Setembro 5" adota uma nova abordagem para contar a história real do massacre olímpico de Munique em 1972.
Dirigido pelo cineasta suíço Tim Fehlbaum e contando com um elenco talentoso, incluindo Peter Sarsgaard, John Magaro, Ben Chaplin e Leonie Benesch, o filme acompanha a equipe de transmissão da ABC Sports, que passa da programação da Olimpíada para a cobertura de uma notícia em andamento.
Em 5 de setembro de 1972, membros da equipe olímpica de Israel foram feitos reféns na vila dos atletas, que era pouco segura, por homens armados palestinos do grupo Setembro Negro.
Em 24 horas, 11 israelenses, cinco palestinos e um policial alemão foram mortos depois que um impasse e o subsequente esforço de resgate resultaram em um tiroteio.
Pela primeira vez, a cobertura do ataque e dos Jogos, que continuaram durante o desenrolar dos eventos, foi transmitida ao vivo pela televisão, assistida por milhões de pessoas. Uma tentativa de resgate teve de ser cancelada quando os policiais perceberam que estava sendo exibida ao vivo e assistida pelos agressores.
"Vivemos em uma atmosfera de mídia hiper-sensacionalizada e esse foi o início de tudo. Eram pessoas que estavam apenas fazendo seu trabalho, sem perceber que estavam mudando a forma como consumimos notícias para sempre", disse Magaro, que interpreta Geoffrey Mason, o chefe da sala de controle da ABC Munique na vida real, na estreia do filme em Londres na terça-feira.
"Setembro 5" se passa quase inteiramente na sala de controle da ABC, com eventos externos sendo exibidos em seus vários monitores. A equipe de filmagem usou imagens reais e montou equipamentos de estúdio da época que ainda estavam em funcionamento para garantir um visual autêntico.
"Algumas dessas cenas na Vila Olímpica foram recriadas, também por respeito, porque não queríamos mostrar ninguém que tivesse perdido a vida naquele dia, e depois misturamos tudo isso", disse Fehlbaum.
"Tim era absolutamente apaixonado por ser o mais preciso possível, porque era uma história real. Tudo funcionou. Eles construíram o estúdio com as plantas originais da ABC", disse Chaplin.
O filme também retrata os dilemas morais que a equipe enfrentou à medida que a crise se agravava.
"Todas as questões como o que mostrar, se existe um ponto de vista neutro, se é útil assistir à violência em potencial ao vivo, o filme levanta todas essas questões", disse Benesch.
"As perguntas que eles tiveram que fazer a si mesmos ainda são muito relevantes para qualquer jornalista e também para todos nós", disse o roteirista Mortiz Binder. "A maioria de nós tem um smartphone, tem mídia social, então todas essas questões éticas são questões para todos."
"Setembro 5" é produzido pelo astro de Hollywood Sean Penn e seus roteiristas Binder, Fehlbaum e Alex David estão concorrendo ao Oscar de melhor roteiro original na premiação cujos vencedores serão anunciados no próximo mês.
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.