Neil Gaiman e ex-mulher são processados por agressão sexual

Por Tom Hals

WILMINGTON, Delaware (Reuters) - O autor de best-sellers Neil Gaiman e sua ex-mulher foram processados por uma mulher neozelandesa que está pedindo milhões de dólares por acusações de abuso sexual e tráfico humano enquanto ela trabalhava para eles como babá, de acordo com três ações judiciais apresentadas na segunda-feira.

Scarlett Pavlovich disse que Gaiman, autor da série de quadrinhos "Sandman" e do romance "Deuses Americanos", a estuprou repetidamente enquanto ela trabalhava para ele e Amanda Palmer em 2022, causando danos físicos, mentais e emocionais.

Palmer foi acusada de saber que Pavlovich era vulnerável e de não ter avisado que Gaiman tinha um histórico de comportamento predatório, de acordo com documentos judiciais.

O casal foi citado como réu no processo de Pavlovich apresentado no tribunal federal de Madison, no Wisconsin. Palmer é a única ré nos processos federais de Pavlovich movidos em Manhattan e Boston.

Gaiman possui uma propriedade em Wisconsin e Palmer é residente de Nova York ou Massachusetts, de acordo com os documentos judiciais.

Gaiman negou as alegações de relações sexuais impróprias em um comunicado publicado em janeiro em um blog, após a imprensa noticiar as acusações.

"Nunca me envolvi em atividade sexual não consensual com ninguém. Jamais", escreveu. Gaiman não foi acusado criminalmente.

O representante de Palmer não respondeu aos pedidos de comentário em um primeiro momento nesta terça-feira.

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As ações judiciais buscam indenizações não especificadas que "acredita-se razoavelmente" que excedam 1 milhão de dólares em várias reivindicações.

De acordo com documentos judiciais, Palmer conheceu Pavlovich em Auckland, Nova Zelândia, em 2020, quando Pavlovich tinha 22 anos e era sem-teto, e sabia que Pavlovich sofria de problemas de saúde mental.

Então, em 2022, quando Palmer e Gaiman estavam vivendo separadamente na Ilha Waiheke, perto de Auckland, Palmer supostamente pediu a Pavlovich que começasse a tomar conta do filho do casal.

Desesperada por dinheiro e moradia, Pavlovich concordou, mas logo Gaiman começou a abusar sexualmente dela, inclusive estuprando-a e agredindo-a na presença de seu filho, de acordo com documentos judiciais.

O abuso supostamente durou várias semanas, até que Gaiman e seu filho partiram para a Europa.

Pavlovich disse que Palmer lhe contou que mais de uma dúzia de mulheres, inclusive várias ex-funcionárias, haviam se queixado a ela sobre encontros sexuais abusivos com Gaiman.

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De acordo com os documentos judiciais, Pavlovich registrou um boletim de ocorrência na polícia acusando Gaiman de agressão sexual, mas a polícia não fez nada porque Palmer se recusou a falar com eles.

As alegações de má conduta contra Gaiman começaram a vir à tona publicamente em 2024, e a Dark Horse Comics disse no mês passado que não publicaria mais seus trabalhos.

(Reportagem de Tom Hals em Wilmington, Delaware)

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