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"Estou aqui para matar a rainha", disse invasor do Castelo de Windsor à polícia

Homem de 20 anos que tentou invadir o Castelo de Windsor no natal de 2021 tinha planos de matar a rainha Elizabeth - Reprodução/Instagram
Homem de 20 anos que tentou invadir o Castelo de Windsor no natal de 2021 tinha planos de matar a rainha Elizabeth Imagem: Reprodução/Instagram

Andrew MacAskill

De Londres, Reuters

17/08/2022 09h57

Um homem detido na casa da rainha Elizabeth no Castelo de Windsor no dia de Natal do ano passado, usando uma máscara e segurando uma balestra, disse à segurança: "Estou aqui para matar a rainha", de acordo com apresentação em tribunal britânico nesta quarta-feira.

Jaswant Singh Chail, de 20 anos, que foi acusado pela Lei de Traição do Reino Unido, passou meses planejando o ataque e tentando obter acesso à família real, segundo o que foi dito no Tribunal de Magistrados de Westminster, em Londres.

Os promotores disseram que Chail, de Southampton, no sul da Inglaterra, gravou um vídeo antes de entrar nos terrenos do castelo a oeste de Londres, onde a monarca de 96 anos reside na maior parte do tempo. Ela estava lá no dia da invasão.

"Sinto muito pelo que fiz e pelo que farei. Vou tentar matar Elizabeth, rainha da família real", disse ele no vídeo, no qual foi visto segurando uma balestra e cobrindo o rosto.

"Esta é uma vingança para aqueles que morreram no massacre de 1919", afirmou Chail, referindo-se a um incidente quando tropas britânicas mataram a tiros quase 400 sikhs em sua cidade sagrada de Amritsar, no noroeste da Índia.

"É também uma vingança para aqueles que foram mortos, humilhados e discriminados por causa de sua raça", disse ele.

Os indianos há muito exigem um pedido formal de desculpas do Reino Unido pelo que também é conhecido como massacre de Jallianwala Bagh em 1919, quando tropas britânicas abriram fogo contra civis desarmados que se reuniam para protestar contra uma lei colonial.

A rainha Elizabeth colocou uma coroa de flores no local do massacre durante uma visita à Índia em 1997 e se referiu ao acontecimento como um "exemplo angustiante" de "episódios difíceis" no passado.

A rainha estava no castelo no dia da invasão com seu filho e herdeiro, o príncipe Charles, e outros familiares próximos.

A promotoria disse que Chail entrou no terreno às 8h10 e foi visto por um oficial de proteção em uma área onde o invasor teria acesso aos aposentos privados do castelo.

O oficial, que disse que Chail parecia como saído de um filme ou vestido para o Halloween com capuz e máscara, perguntou: "Posso ajudá-lo?"

De acordo com apresentado no tribunal, Chail respondeu: "Estou aqui para matar a rainha". O oficial sacou seu taser e gritou para Chail se ajoelhar e largar a balestra. Chail obedeceu.

As buscas na casa de Chail encontraram uma máscara de gás, corda e dispositivos eletrônicos que mostravam que ele havia se candidatado anteriormente ao Ministério da Defesa e aos Guardas Granadeiros em um esforço para entrar em contato com a família real.

Chail foi acusado de fazer ameaças de morte, posse de uma arma ofensiva e infração sob a seção 2 da Lei de Traição de 1842, que detalha a punição por ter uma arma com a intenção de "ferir ou alarmar Sua Majestade".

O caso será ouvido em Old Bailey, em Londres, em data ainda a ser confirmada.