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Ricardo Feltrin

REPORTAGEM

Equipes da Record voltam a acessar máquinas; arquivo segue "refém"

Redação da Record em São Paulo - Antonio Chahestian/RecordTV
Redação da Record em São Paulo Imagem: Antonio Chahestian/RecordTV

Colunista do UOL

10/10/2022 19h44

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Email inválido

O departamento de Tecnologia e Segurança da RecordTV vai aos poucos mitigando os efeitos da invasão cibernética sofrida no último sábado. Um grupo de "hackers", usando um programa que sequestra e criptografa dados, tirou o acesso da emissora ao seu próprio arquivo de conteúdo visual.

Nenhum programa, reportagem ou quadro gravado pode ser acessado após a invasão, o que levou a emissora a viver um caos.

Na noite desta segunda, porém, quase todos os computadores da redação já podem ser religados sem risco. O acesso ao e-mail corporativo também está normalizado.

No entanto, ainda não há informações se os "invasores" obtiveram cópias do que estava na intranet da emissora do bispo Edir Macedo, que também foi invadida (inclusive o conteúdo dos e-mails). Porém, aparentemente essa parte já está sob controle da emissora.

Entenda o caso

No último sábado, um grupo até o momento desconhecido "sequestrou" todo o conteúdo gravado de reportagens, quadros e programas. São anos de gravações passadas ou que ainda seriam exibidas pela Record.

Segundo o jornalista Felipe Payão, do site TecMundo, a Record foi abatida por um "ransomware" chamado BlackCat, que teve acesso a dados de funcionários, mapa de rede e até dados financeiros.

"Ransomware"é um tipo de "malware" (pode chamar de vírus para facilitar) que sequestra dados de uma empresa e depois os criptografa.

Quase sempre os autores pedem um resgate para devolvê-los, como ocorreu no ano passado com a JBS. A gigante da proteína admitiu ter pago US$ 11 milhões para ter de volta a "chave" de casa.

Corrida contra o tempo

Os setores diretamente afetados pelo"ataque hacker" foram entretenimento e programas jornalísticos, como "Domingo Espetacular" e "Câmera Record".

Ambos tiveram de correr para cobrir "buracos" na pauta, causados pela impossibilidade de acessar esse material.

Para isso usaram conteúdo de arquivos físicos de mídia, como discos, fitas e "cards".

Já a cobertura ao vivo só foi afetada no sábado (08), porque o "Fala Brasil" tinha matérias que deveriam ser acessadas no arquivo "sequestrado". O telejornal terminou antes da hora e entrou no ar o seriado "Todo Mundo Odeia o Chris".

A emissora não tem problemas com exibições ao vivo, desde então.

Outro lado

Até o momento a Record não divulgou nenhuma nota sobre o caso.

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