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Ricardo Feltrin

Globo: 1% dos registros ao "compliance" é assédio sexual

TV Globo criou departamento de "compliance" (transparência) em 2015 - Reprodução / Internet
TV Globo criou departamento de "compliance" (transparência) em 2015 Imagem: Reprodução / Internet

Colunista do UOL

07/12/2020 10h08

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Os casos de assédio sexual jamais deveriam acontecer numa corporação, mas ocorrem, como todos sabemos.

Numa organização como o Grupo Globo, com cerca de 15 mil funcionários, não é diferente, como mostra o caso denunciado por Dani Calabresa no ano passado.

Ainda assim é bom dizer que, de todos os casos apresentados ao "compliance" (transparência) da Globo, instalado desde 2015, eles representam 1% do total, segundo a emissora.

A Globo diz que não revela ou detalha os casos —nenhum deles— nem mesmo se houver desligamento do profissional.

Veja a íntegra da nota enviada:

"A Globo não comenta questões de "compliance", mas reafirma que todo relato de assédio, moral ou sexual, é apurado criteriosamente assim que a empresa toma conhecimento. A Globo não tolera comportamentos abusivos em suas equipes e incentiva que qualquer abuso seja denunciado.

Neste sentido, mantém um canal aberto para denúncias de violação às regras do Código de Ética do Grupo Globo. Por esse Código, assumimos o compromisso de sigilo do processo, assim como o de investigar, não fazer comentários sobre as apurações e tomar as medidas cabíveis, que podem ir de uma advertência até o desligamento do colaborador.

Mesmo nas hipóteses de desligamento, as razões de "compliance" não são tornadas públicas.

Somos muito criteriosos para que os estilos de gestão estejam adequados aos comportamentos e posturas que a Globo quer incentivar e para que as medidas adotadas estejam de acordo com o que foi apurado. Não foi diferente nesse caso. O acolhimento e a empatia com quem relata situações de violação do Código de Ética são pontos essenciais do programa de "compliance" da empresa.

Isso não quer dizer que os processos de "compliance" sejam estáticos. Ao contrário.

Eles evoluem constantemente para acompanhar as discussões da sociedade. As práticas e as avaliações são revistas o tempo inteiro, assim como são propostas e acolhidas sugestões de melhoria nos mecanismos de comunicação interna. A própria sociedade está se transformando e a empresa acompanha esse processo."

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