Topo

Ricardo Feltrin

Assista: Por que o apresentador Russomanno derreteu na eleição?

Colunista do UOL

17/11/2020 00h09

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

No programa desta semana no canal do UOL no YouTube, o colunista Ricardo Feltrin analisa os motivos do terceiro fracasso eleitoral consecutivo de Celso Russomanno (Republicanos).

Fechadas as urnas, muitos eleitores —e telespectadores— têm perguntado:

- Como uma figura que está há décadas na TV pode acumular tantas derrotas e obter tão poucos votos?

- Por que nas últimas três eleições o apresentador de "Patrulha do Consumidor" (Record) começou líder nas intenções de voto para a Prefeitura de SP e terminou a campanha como fiasco —que mal atingiu 10% dos votos?

Bem, a tese desta coluna é a seguinte:

Os bons resultados iniciais nas pesquisas ocorrem porque o candidato consegue mobilizar a atenção (e intenção) do eleitor por causa de sua presença midiática constante.

Sua presença na TV num papel combativo, somada à falta de memória do eleitor mediano, faz dele alguém competitivo nos estágios iniciais das eleições.

Ele teria o que se chama de "recall": todo mundo sabe quem é.

Candidatura que murcha

O problema é que Celso Russomanno não consegue manter essa intenção de voto ao longo da campanha.

Isso porque "esvazia" a si mesmo: não tem plano de governo sólido, não tem ideias geniais, não é simpático nem comunicativo (!), não parece ser administrador e não demonstra ter "traquejo" para lidar com críticas ou com a imprensa.

Se na TV o apresentador é "valente" e bate boca com funcionários ou donos de comércios e serviços suspeitos de mau atendimento, e posa de "herói do consumidor", na campanha eleitoral o candidato adota uma posição defensiva, insegura e até chorosa diante das cobranças da imprensa ou de ataques dos adversários.

Outro motivo de sua nova derrota, e isso é certo, foi manter sua imagem ligada à de Jair Bolsonaro.

O presidente da República não está mais por cima da "cocada" e mostrou ter o "dedo (eleitoral) podre" em todo o país: a maioria absoluta dos candidatos apoiados por ele —majoritários ou legislativos— já está fora da disputa.

Que a aventura de Russomanno sirva de alerta (ou lição) para outros apresentadores desejosos seguir uma carreira política: ser apenas um rostinho na TV não significa nada.

É preciso ter propostas sérias. E, claro, empatia.

Ricardo Feltrin no Twitter, Facebook, Instagram e site Ooops