Análise: Foi a eleição em que a TV teve de "assistir" à internet
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Este 2018 será lembrado como o ano em que a internet "engoliu" a TV como veículo determinante de uma eleição.
Até a última eleição presidencial, o horário eleitoral era o grande combustível dos candidatos.
O tempo de cada partido na TV era disputado a tapa pelos partidos, e dentro deles também.
Um candidato com bastante tempo e apoio financeiro já tinha praticamente certa sua eleição.
Não mais.
Em 2018 o candidato eleito foi o que menos gastou dinheiro e praticamente não tinha tempo na TV.
Mais que isso: além da própria eleição, arrastou consigo uma numerosa bancada no Congresso (que obviamente não tinha tempo na TV também).
Esta foi literalmente a eleição da internet e não há dúvidas de que o vitorioso soube usá-la (para o bem e para o mal) com maior eficiência que seus adversários. Bolsonaro começou a arregimentar seu "exército" eleitoral anos antes.
Do ponto de vista jornalístico ou factual, a internet ainda suplantou qualquer outro veículo em importância.
Foi nela que grassaram as "fake news". Foi ali também via internet que também se revelaram crimes de ódio, criaram perfis falsos, invadiram redes e aparelhos alheios e, claro, foram feitas ameaças de agressão e até de morte.
Também foi na internet que amigos se tornaram ex-amigos cheios de rancor, por causa de divergências partidárias ou somente de opinião. Sim, foi a eleição da violência, mas também dos memes.
Tudo isso acabou virando notícia nas… TVs!
Falando em TV, também foi a eleição em que, mobilizados pela internet, eleitores insatisfeitos conseguiram o feito inédito de derrubar a audiência de um programa da maior emissora do país, a Globo. E a derrubaram em todo o território.
Com raros intervalos, todas as atenções na campanha eleitoral estavam voltadas para o que estava acontecendo na web.
Coube às emissoras TV se curvar e olhar com atenção a essa nova mídia que tem pouco mais de 20 anos no país.
Se tudo isso mostra a importância inegável e duradoura que a internet causa e causará na sociedade, também indica que a TV --especialmente a brasileira-- atravessa um período turbulento e de reinvenção necessária.
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