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Ricardo Feltrin

Record e SBT pagam alto preço por ignorar TV paga por quase duas décadas

Edir Macedo e Silvio Santos ignoraram a TV por assinatura  nas últimas duas décadas - Divulgação/Record
Edir Macedo e Silvio Santos ignoraram a TV por assinatura nas últimas duas décadas Imagem: Divulgação/Record

Colunista do UOL

21/04/2017 09h26Atualizada em 21/04/2017 09h26

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Além do erro estratégico cometido durante a negociação, quando  agiram de forma beligerante e radical cortando seus sinais HD das maiores operadoras do país na Grande São Paulo, um outro erro muito mais antigo ronda a tríade de canais da joint-venture Simba.

Acontece que nem Record, nem SBT e muito menos RedeTV! dedicaram um só centavo ou um pingo de atenção à TV por assinatura desde sua chegada no Brasil, 25 anos atrás.

A recém “descoberta” por essas emissoras de que até 35% de suas audiências têm origem em residências com TVs por assinatura finalmente parece ter chacoalhado a cabeça dos executivos da Simba que, agora sim, estão se propondo a lançar novos canais nessa plataforma.

Nesse caso, porém, o ditado "antes tarde do que nunca" infelizmente pode nem servir mais, porque  terreno perdido não poderá mais ser recuperado. 

Esta coluna por várias vezes nos últimos anos questionou Record e SBT sobre eventuais planos para lançar futuros canais pagos. A “resposta” sempre foi um grande silêncio.

Record e SBT têm acervos suficientes, cada uma, para lançar no mínimo mais um canal de atrações antigas na TV por assinatura. Já a RedeTV!, mais jovem, não têm ainda esse cacife, minimizado ainda mais pela pouca produção de conteúdo próprio.

Enquanto SBT e Record se preocupavam apenas com seus sinais abertos, a Globo, por meio da Globosat, se espalhou como vírus e montou um verdadeiro império na TV por assinatura nas últimas duas décadas.

Hoje, os quase 50 canais da bilionária Globosat (incluindo PPV e canais parceiros, como Telecine) já são a segunda maior fonte de receitas do Grupo Globo, só atrás mesmo da própria TV Globo.

Cabe à Simba agora correr para recuperar ao menos algum terreno depois de anos de absoluta modorra corporativa

@feltrinoficial