Atacado em Nova York, Salman Rushdie é levado de helicóptero a hospital

Nova York, 12 ago (EFE).- O escritor Salman Rushdie, que foi atacado nesta sexta-feira em pleno palco enquanto participava de um evento em Chautauqua, cidade do oeste do estado de Nova York, foi levado de helicóptero para um hospital, e seu estado de saúde é desconhecido.

De acordo com as primeiras informações da polícia de Nova York sobre o ataque, divulgadas em um comunicado, o escritor sofreu "o que parecem ferimentos por esfaqueamento no pescoço".

Ainda segundo a polícia, o autor do ataque, um homem, foi detido por um agente que trabalhava na segurança do evento.

Rushdie, de 75 anos, foi tema de uma "fatwa" (decreto religioso) no Irã que o condenou à morte por blasfêmia e o forçou a passar anos escondido após a publicação de seu livro "Versos Satânicos" em 1988.

A obra é um romance em que a ficção é combinada com a reflexão filosófica e um senso de humor. O trabalho despertou a ira dos muçulmanos xiitas, que o consideraram um insulto ao Alcorão, a Maomé e à fé islâmica, e foi proibido em Índia, Paquistão, Egito, Arábia Saudita e África do Sul.

Rushdie, que durante décadas viveu sob a proteção de guarda-costas, viveu em Nova York por cerca de 20 anos e faria a palestra hoje no centro cultural Chautauqua Institution.

Carl LeVan, um escritor que afirmou no Twitter ter testemunhado o ataque, disse que Rushdie foi "esfaqueado várias vezes antes de o agressor ser derrubado pela segurança".

"Estamos profundamente perturbados com a notícia de que o ex-presidente da PEN America Salman Rushdie foi atacado hoje pouco antes de dar uma palestra no Instituto Chautauqua, em Nova York. Condenamos o ataque e desejamos a ele uma rápida recuperação", disse em nota a PEN International, uma associação de escritores que defende a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa. EFE