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Junta militar de Mianmar culpa opositores por cortes de internet

26/09/2021 12h17

Bangcoc, 26 Set 2021 (AFP) - A junta militar de Mianmar negou ter suspendido o acesso à internet em regiões de conflito, culpando seus opositores pelos recentes cortes.

O país do sudeste asiático está um caos desde que os militares derrubaram o governo civil de Aung San Suu Kyi em fevereiro, gerando protestos pró-democracia massivos que foram reprimidos com violência.

Os opositores formaram "forças de defesa populares" em suas comunidades para resistir e, nas últimas semanas, destruíram várias antenas da companhia militar Mytel, no estado de Chin, no oeste do país.

Cortes de internet foram registrados especialmente em áreas onde milícias cidadãs e o exército estão em conflito.

"As conexões de internet foram interrompidas recentemente devido a atos terroristas como a destruição de torres de comunicação", declarou o ministério das Relações Exteriores da junta militar.

Neste domingo, os opositores da junta disseram que as telecomunicações nos municípios de Pinlebu, Kawlin e Wuntho, na região norte de Sagaing, onde os confrontos com os militares foram ferozes, foram interrompidas durante a noite.

"Desde as duas da manhã não conseguimos usar a internet nem o telefone", disse um deles à AFP depois de deixar Kawlin, acrescentando que as forças de segurança estavam entrando na área.

A junta já havia suspendido a internet nos primeiros dias do golpe de 1º de fevereiro, quando Suu Kyi e outros políticos importantes de seu partido foram detidos.

Mais de 1.100 civis foram mortos e 8.000 detidos desde o golpe, de acordo com a ONG Associação para Ajuda a Prisioneiros Políticos (AAPP).

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