Jornalista vira alvo de críticas após questionar vítimas de feminícidios
Uma conhecida jornalista da televisão italiana foi alvo de duras críticas hoje, depois que insinuou que os recentes assassinatos de mulheres por violência de gênero no país poderiam ter sido causadas pelas vítimas.
Na Itália, uma mulher é assassinada em média a cada três dias, um fenômeno que se tornou uma emergência nacional após a série de recentes assassinatos cometidos pelo parceiro ou ex-parceiro.
"Nos últimos sete dias, sete mulheres foram assassinadas supostamente por sete homens", disse a apresentadora de televisão Barbara Palombelli no programa "Forum", no canal fechado Rete 4 do Mediaset.
"É justo perguntar: esses homens estavam completamente fora de si, completamente confundidos, ou também houve um comportamento irritante e agressivo do outro lado?", disse Palombelli.
Seus comentários geraram indignação nas redes sociais e na imprensa.
"Quando a imprensa afirma que um feminicídio pode ser o resultado do comportamento da vítima, estamos culpando a vítima, o que é justamente uma das causas dos feminicídios e da falta de sanções e leis adequadas", escreveu a Anistia Itália no Twitter.
"A violência contra as mulheres não têm justificativa", acrescentou a ministra para a Igualdade, Elena Bonetti.
De 2015 a 2019, 538.000 mulheres foram vítimas de abusos físicos ou sexuais por parte de seus parceiros, segundo a agência nacional de estatísticas da Itália, Istat.
Os especialistas estimam que esses números provavelmente não refletem a verdadeira dimensão do fenômeno, porque muitas mulheres hesitam em denunciar a violência que sofrem por medo de perderem suas casas e seus filhos.
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