Famoso cantor de Hong Kong é indiciado por ter cantado em protesto
O famoso cantor de Hong Kong Anthony Wong Yiu-ming foi indiciado, nhoje, de corrupção por ter cantado em um comício eleitoral organizado por um candidato pró-democracia, anunciaram as autoridades locais.
Wong, uma das figuras do movimento LGBT de Hong Kong, foi detido pela Comissão Independente de Combate à Corrupção (ICAC), que é dependente da autoridade Executiva do território semiautônomo.
Este órgão de controle declarou que Wong e o ex-deputado Au Nok Hin foram acusados de cometer atos de corrupção por proporem "animações para encorajar o voto no candidato".
Os fatos datam de 3 de março de 2018, durante um comício de Au Nok Hin organizado como parte de sua campanha para as eleições legislativas.
Essas novas detenções acontecem em um momento em que o território do sudeste da China passa por um reforço do controle por parte do poder central chinês, dois anos após as manifestações em massa organizadas pelo movimento popular pró-democracia em 2019.
"No comício, Wong interpretou duas músicas no palco e no final do show, ele chamou os participantes a votarem em Au", disse a ICAC.
Esse crime pode ser punido com até três anos de prisão e multa de HKD 200.000 ($ 25.500).
Wong e Au devem comparecer ante o tribunal na quinta-feira.
A Comissão Anticorrupção desempenha um papel cada vez mais importante na perseguição dos ativistas pró-democracia no território. Na semana passada, entrou com um processo por corrupção contra o dissidente Benny Tai e duas outras pessoas, em razão de anúncios pró-democracia publicados há cinco anos em jornais.
Wong, de 59 anos, é uma das poucas estrelas de Hong Kong que critica abertamente Pequim e apoia o movimento pró-democracia.
A China está reforçando sua influência em Hong Kong por meio da aplicação de uma drástica Lei de Segurança Nacional, e como parte de uma campanha para eliminar qualquer comportamento que considere antipatriótico.
Ex-parlamentar, Au, de 34 anos, é uma das dezenas de personalidades pró-democracia atualmente detidas sob a Lei de Segurança, que Pequim impôs em Hong Kong no ano passado para erradicar todos os dissidentes na ex-colônia britânica.
A maioria das figuras do movimento pró-democracia, incluindo alguns dos principais ativistas LGBT, foi presa, fugiu para o exterior ou não tem permissão para se candidatar às eleições.
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