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EUA bloqueia vários sites da mídia estatal iraniana

22/06/2021 20h12

Washington, 22 Jun 2021 (AFP) - As autoridades americanas tomaram o controle dos sites de veículos da imprensa estatal iraniana, Press TV e Al Alam, e do canal de televisão Al Masirah, que pertence aos rebeldes huthis do Iêmen, segundo declarações publicadas nessas páginas nesta terça-feira (21).

Cada site exibia em uma única página um comunicado que dizia ter sido "assumido pelo governo dos Estados Unidos" e fazia referência às sanções americanas, acompanhadas dos emblemas da polícia federal, o FBI, e do Departamento de Comércio.

A Rádiotelevisão da República Islâmica do Irã (Irib), empresa controladora de Al Alam, afirmou que outros sites, incluindo um dirigido por palestinos e um canal cultural e religioso em árabe, também foram bloqueados.

A Irib acusou os Estados Unidos de violar a liberdade de expressão e de unir forças com Israel e a Arábia Saudita "para bloquear meios pró-resistência que expõem os crimes dos aliados dos Estados Unidos na região".

O porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, não quis comentar o caso, dizendo que o Departamento de Justiça divulgaria informações sobre o ocorrido em breve.

A LuaLua TV, do Bahrein, um canal de grupos de oposição com escritórios em Londres e Beirute, também foi bloqueada, segundo um correspondente da AFP na região.

No Iêmen, o site da página política dos huthis condenou "esse ato americano de pirataria e confisco de direitos autorais".

"O governo dos Estados Unidos está proibindo o site Al Masirah sem justificativa ou aviso prévio", disseram eles.

Al Masirah rapidamente configurou outro site, mas mudou seu domínio de .net para .com. Enquanto isso, LuaLua e Al Masirah continuaram transmitindo novos programas, disseram jornalistas da AFP.

Washington mantém sanções severas contra o Irã devido ao seu programa de armas nucleares e seu suposto apoio a grupos terroristas.

Centenas de organizações e indivíduos iranianos foram alvo das sanções americanas. Essas penalidades proíbem os americanos de fazer negócios com as empresas visadas.

A decisão foi tomada no momento em que o governo de Joe Biden busca restaurar o acordo de 2015 entre Teerã e seis países importantes que estabeleceram um congelamento do programa nuclear do Irã em troca do levantamento das sanções.

Em 2018, o então presidente Donald Trump retirou os Estados Unidos desse acordo, alegando que os iranianos não estavam cumprindo seus compromissos.

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